Em comício na cidade de Presidente Prudente, o apologista da ditadura voltou a ameaçar a democracia
Jair Bolsonaro (PL) repetiu, na quarta-feira (14), em Presidente Prudente, no interior de São Paulo, um de seus redutos, o que tem feito. Colocou a culpa pelo fracasso de seu governo nos outros. Estagnado nas pesquisas eleitorais e com alto índice de rejeição, ele voltou a atacar o Supremo Tribunal Federal (STF) e agredir seus ministros. Falou em colocar o STF “dentro das quatro linhas”, como se não fosse ele o transgressor contumaz da Constituição.
“Esperem acabar as eleições, todos jogarão dentro das quatro linhas da Constituição. Vamos fazer essa minoria que pensa que pode tudo, trazer para as quatro linhas”, afirmou, como se não estivesse em minoria, como mostram as pesquisas, e não fosse ele que desrespeitou diversas vezes os limites da Constituição brasileira. No ano passado chegou a chamar Alexandre Moraes, ministro do STF, de canalha e afirmou que não respeitaria mais as decisões do Supremo.
“Com a minha chegada ao poder, vocês começaram a entender o que é a Presidência e seus ministros, o que é a Câmara, o Tribunal de Contas da União, Senado e o que é Supremo Tribunal Federal. Defendemos o funcionamento de todas as instituições, mas aqueles que ousam sair fora das quatro linhas, não interessa de qual poder ele seja, têm que serem trazidos para dentro das quatro linhas”, afirmou Bolsonaro.
Seus seguidores, como sempre, vaiaram o Supremo e xingaram os seus ministros. Aliás, estimulados pelo sociopata, vários fanáticos seguem agredindo e ameaçando até de morte os ministros da Corte, sendo que alguns foram parar atrás das grades por conta disso. Também estimulados por ele, seus milicianos seguem espalhando violência contra jornalistas, particularmente jornalistas mulheres, como ocorreu na noite de terça-feira (13) no debate dos candidatos a governador de São Paulo.
Na noite da terça-feira (13), o fascista Douglas Garcia, agrediu a jornalista Vera Magalhães, a mesma jornalista que foi agredida por Bolsonaro no debate da Band. Garcia usou a mesma frase dita por Bolsonaro para atacar Ver Magalhães. Ao final do debate promovido pela TV Cultura entre os candidatos ao governo paulista, Douglas foi provocar a jornalista que estava trabalhando. Ante a reação de Vera, passou a repetir sem parar “vergonha para o jornalismo”. Ele estava no auditório a convite da equipe de campanha do candidato apoiado por Bolsonaro, Tarcísio de Freitas.
Defensor da ditadura e apologista dos torturadores, o candidato à reeleição, que está atrás nas pesquisas e com um nível muito alto de rejeição, tenta ludibriar a população fingindo-se de defensor de liberdade. “O Brasil luta e vai ter liberdade a qualquer preço”, afirmou. A “liberdade” que ele defende é o direito de vender o Brasil, de destruir a floresta amazônica e outros biomas, de desviar dinheiro público com o orçamento secreto, é o direito de escravizar os trabalhadores, cortar seus direitos e estimular o ódio e a violência contra as mulheres, os negros e os indígenas.
Segundo analistas, este comício, realizado por Jair Bolsonaro no interior de São Paulo, não deve acrescentar muitos dividendos à sua campanha pela reeleição. Afinal, Presidente Prudente, onde ele discursou na terça-feira e voltou a atacar o Supremo, é considerada como fazendo parte de sua bolha de eleitores, já que nesta região ele obteve 78% dos votos no segundo turno das eleições de 2018. Ou seja, Bolsonaro segue falando apenas para seus apoiadores.