O PCdoB São Paulo realizou neste sábado, 1º de agosto, o seminário Políticas Públicas para Mulheres, reunindo dirigentes políticas e pré-candidatas da capital paulista. O seminário online foi conduzido por Karina Sampaio, secretária municipal da Mulher do PCdoB-SP.
“Estamos construindo, junto com nosso candidato a prefeito, Orlando Silva, um programa de governo com uma ampla participação das mulheres. Queremos uma cidade mais humana, mais democrática. Já avançamos bastante na política participativa, com nossa presença em associações e sindicatos. Estamos avançando. Mas na política representativa, nas eleições, temos ainda muito o que avançar”, ressaltou Anna Martins, ex-vereadora e ex-deputada estadual.
O encontro contou com a presença de lideranças como a deputada estadual Leci Brandão, a ex-vice-prefeita Nádia Campeão, a ex-vereadora e vice-presidente do PCdoB São Paulo, Lídia Correia, a secretária de Mulheres do PCdoB-SP, Julia Roland, a secretária adjunta nacional da Mulher do PCdoB Márcia Campos, a presidente da Confederação Nacional das Mulheres do Brasil (CMB) Glaucia Morelli, e a presidente da Federação das Mulheres Paulistas (FMP), Eliane Sousa.
“As mulheres precisam ser prioridade nos programas habitacionais. É preciso a criação de programas voltados para a saúde da mulher, com políticas integradas. Precisamos de programas de saúde integral, aperfeiçoando o SUS e não a privatização”, defendeu a Anna Martins.
A deputada Leci Brandão também ressaltou o quanto o SUS (Sistema Único de Saúde) se mostrou fundamental durante a pandemia do coronavírus. “Quanto tentaram acabar com o SUS, ocupamos a tribuna em defesa do SUS e olha agora ele provando o quanto é necessário”.
Leci ressaltou também a falta de uma Secretaria da Mulher em São Paulo. “Acabaram com ela, e precisamos reverter isso. Em todas as esferas. Tem que ter conselhos, políticas de combate à violência, centro de atendimento às mulheres, educação, e a mulheres têm que estar presentes ocupando mais cadeira no Executivo”, ressaltou.
“Estamos trabalhando projetos que busquem atender da melhor forma os mais vulneráveis, como impedir ações de despejo, não cortar a água e a luz das pessoas. Então, busco atender a quem mais precisa. Como sou da etnia negra, nosso mandato se volta mais às questões das populações mais pobres. E precisamos olhar com lupa para as políticas de incentivo às mulheres, pois são as primeiras a serem atingidas quando se tem perda de renda e emprego”.
Para Lídia Correia, “a participação das mulheres é fundamental para as mudanças que a sociedade precisa. Quando estamos fora, a sociedade perde capacidade de criar, de construir. Portanto, nossa participação na política é chave”.
“Vivemos uma gravíssima crise no nosso país, e é nesse quadro de grave crise que vamos fazer nossa campanha, defender a vida, a democracia, e o crescimento do país, que passa principalmente por garantir melhores condições de vida para o nosso povo. Nosso povo está desamparado, abandonado nesse momento em que vivemos umas das mais graves crises da história”.
“Estamos com um governo que está negando a vida, negando a saúde, a medicina, a ciência. E é nesse momento que as companheiras vão poder levar adiante a defesa do SUS, da saúde pública, fortalecer o funcionamento das UBS, com atenção especial às mulheres. Na educação, temos que defender muito mais creches, não as conveniadas, mas creches diretas, construídas pela Prefeitura, que garantam uma política adequada para a educação infantil”, destacou Lídia.
Nádia Campeão afirmou que “no governo Bolsonaro, atingimos o grau máximo de machismo e de violência contra as mulheres. Precisamos agora construir uma ampla frente à destruição das políticas públicas para mulheres. Ter uma atitude de resistência e reunir forças para a avançar diante desse paredão de pensamento retrogrado que estamos vivendo com Bolsonaro”.
“A primeira coisa é ter secretaria da mulher, de primeiro escalão, que incida em todas as outras e passe a olhar o conjunto das necessidades das mulheres. Que conduza programas próprios, fortalecendo centros de referências, programas de saúde, e ser uma secretaria que fale diretamente com as mulheres”. “Que debata também as questões de gênero e racismo na educação”.
Nádia destacou também a importância da “criação de emprego e renda para as mulheres. Essa situação foi agravada por essa pandemia, mas as mulheres já estão há muito tempo sem emprego. Programas de qualificação, cooperativas, microcréditos. Nada impede que mulheres possam se juntar com o apoio da Prefeitura. Cooperativas de produção, que gere renda, qualificação”.
Também participaram do seminário, as pré-candidatas à Câmara Municipal Claudia Rodrigues, presidente da União Brasileira de Mulheres (UBM-SP), Mariana Moura, co-fundadora do movimento Cientistas Engajados, a professora Adriana Vasconcellos, a sindicalista Lucia Lima, Keyla Pereira, liderança da juventude na região sul da capital, entre outras.
A cantora Railídia Carvalho participou do seminário interpretando a canção A Louca (de Maurício Tapajós e Aldir Blanc), originalmente feita em homenagem ao movimento Mães da Praça de Maio, da Argentina.