Parlamentar continua usando as redes sociais para atacar o Supremo e, em particular, o ministro Alexandre de Moraes. Também não entregou os passaportes, que disse que os deixaria na Polícia Federal
O senador bolsonarista Marcos do Val (Podemos-ES) decidiu manter o confronto e se opor às decisões do ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Alexandre de Moraes, ao ignorar 2 ordens judiciais emitidas contra ele.
Na última quarta-feira (14), a PF (Polícia Federal) foi até a residência do parlamentar, em Vitória (ES), para cumprir os mandados.
As ordens consistiam em 2 determinações claras: a proibição do uso de qualquer rede social e a entrega imediata de todos os passaportes do senador. Marcos do Val, no entanto, alegou não estar em posse dos passaportes e afirmou que os entregaria posteriormente na sede da PF.
Até este sábado (17), o senador seguia na militância digital e incitando o Senado a se confrontar com o Supremo, em razões das decisões da Corte tomadas contra ele, por descumprimento de decisões judiciais.
SENADOR DESCUMPRE ORDEM JUDICIAL
O senador bolsonarista também ignorou a determinação que proibia a utilização das redes sociais. Mesmo após ser intimado, Marcos do Val continuou ativo no X — antigo Twitter —, onde a conta permanecia operacional até a publicação desta matéria.
Em uma das postagens, publicada às 13h21 da última quarta-feira, Marcos do Val relatou ter sido “surpreendido pela visita de policiais federais” na casa dele, que tinham a ordem de apreender o passaporte do senador.
Ele afirmou ainda que a apreensão foi feita sem decisão judicial e sem a comunicação prévia ao Senado.
O QUE MOTIVOU A VISITA DA PF
Os mandados contra o senador foram emitidos por decisão do ministro Alexandre de Moraes, com base em suspeitas de que Marcos do Val estaria utilizando as redes sociais para propagar discursos antidemocráticos.
A PF, em cumprimento da decisão judicial, foi até a casa do parlamentar para garantir a execução das ordens.
Na ocasião, Marcos do Val disse que entregaria o passaporte apenas quando “cumprissem o que diz a Constituição”. Segundo ele, o Senado precisaria autorizar e ele deveria ter acesso à decisão judicial antes de cumprir a ordem.
QUAIS AS ALEGAÇÕES DO SENADOR
Por meio das redes sociais, o senador destacou que a apreensão do passaporte diplomático foi medida sem justificativa legal ou fundamento plausível.
Ele reforçou ainda que não tem intenção de deixar o País e, para variar, criticou o que chamou de “ilegalidades” cometidas contra ele.
Leia a postagem completa de Marcos do Val:
“Hoje, 14 de agosto, fui surpreendido pela visita de policiais federais em minha residência, com a ordem de apreender meu passaporte, sem que houvesse qualquer decisão judicial, sem que o Senado fosse devidamente comunicado sobre o cumprimento de tal mandado, e sem a prévia ciência do presidente desta Casa.”
“A apreensão do meu passaporte diplomático, realizada sem qualquer justificativa legal ou fundamento plausível, é mais uma demonstração clara das ilegalidades que vêm sendo cometidas contra mim.”
“Não há motivo algum para que meu passaporte seja retido, pois não tenho qualquer intenção de fugir do Brasil.”
“Continuo firme no exercício do meu mandato, e nada justifica essa medida draconiana”, escreveu.
O senador se mantém na ilegalidade ao manter a posição de não cumprir as ordens até que as exigências constitucionais que alega ter sejam atendidas. Essa postura pode levar a novo embate judicial e político, envolvendo o Senado e o STF.
APELO EMOCIONAL
Em nova postagem no X, neste sábado (17), à 1h07 da manhã, o senador mantém o confronto e ainda desrespeita a decisão judicial do STF. E para variar joga para a plateia ao fazer apelo ao emocionalismo.