
O senador Plínio Valério (PSDB-AM) causou indignação ao afirmar no Plenário que enforcaria a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva. A declaração gerou forte repercussão, sendo duramente repreendido pelo presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), que considerou a fala inaceitável. Mesmo após a repreensão, Valério manteve sua afirmação.
Valério tentou minimizar a situação ao dizer que sua declaração foi uma “brincadeira” e reforçou que não se arrepende. “Eu falei: ‘Imaginem vocês o que é ficar com a Marina por seis horas e 10 minutos sem ter vontade de enforcá-la’. Todo mundo riu, eu ri”, declarou. Acrescentou ainda: “Se você perguntar: ‘Você faria de novo?’ Não. Mas se me arrependo? Não. Foi uma brincadeira”.
O senador também mencionou que tratou a ministra de forma respeitosa. “Ela provocou e eu não entrei nisso, com toda a educação, por ser mulher, por ser ministra, por ser negra, por ser frágil, foi tratada com toda delicadeza, e ela sabe disso”. Além disso, ele expressou sua surpresa com a repercussão da sua fala. “Se encanta” com a revolta gerada, mas critica “a falta de sensibilidade” da ministra em relação à BR-319, rodovia de 600 km que liga Porto Velho a Manaus e cuja construção é alvo de debates devido ao impacto ambiental em áreas protegidas e comunidades indígenas.
O presidente do Senado, Davi Alcolumbre, discordou do comentário e repreendeu publicamente Valério, classificando a declaração como “completamente infeliz”. Ele sugeriu que o senador pedisse desculpas, destacando que, apesar das diferenças ideológicas, era necessário respeito na discussão.
Marina Silva, por sua vez, reagiu duramente à declaração do senador. “Quem faz ameaças à vida dos outros de brincadeira e ri, só os psicopatas”. Ela enfatizou que esse tipo de discurso raramente é direcionado a homens e destacou que sua trajetória como “uma mulher preta, de origem humilde” e com uma agenda ambiental pode incomodar determinados setores, mas que a divergência política não deveria abrir espaço para incitação à violência.