
O senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE) afirmou que apresentou sua pré-candidatura à Presidência da República porque “a discussão estava entre quem rouba mais ou quem rouba menos” entre Lula e Bolsonaro. “A gente não pode ter uma mediocridade tão grande”.
“A gente não pode ser condenado a vida inteira a ter problemas de corrupção. Nenhum País está condenado a isso”, disse.
O senador falou, em entrevista ao Estadão, que “que persistem os mesmos esquemas, com as mesmas pessoas, inclusive. Só mudou o ponto de conexão. Como se fosse aquela conexão de tubos em que você trocou uma rosca pela outra, botou um adaptador e ficou tudo certo. Onde antes estavam os sindicalistas, ou pessoas mais vinculadas ao partido, agora você tem militares da reserva ou lobistas que fazem essa conexão”.
Vieira, que tem se destacado na CPI da Pandemia, disse que outros candidatos não têm levantado a bandeira do combate à corrupção porque são “reféns de articulações partidárias que são incompatíveis com o combate à corrupção”.
Alessandro Vieira também contou que sua campanha trará o debate da “renda mínima, ou renda básica”, para combater a miséria.
“Você não vai conseguir discutir nada se não resolver esse problema da miséria. Porque todo o restante, educação, oportunidade de emprego, só chega se você tira a pessoa do estado de absoluto desespero”.
“E hoje isso está na faixa de 20 milhões de pessoas. Isso é muito grande. Está impactando todas as cidades, grandes e médias. Eu que sou do Nordeste mais ainda vejo isso de perto. E há realmente essa volta do desespero pela fome. A gente tem de atender isso de imediato, dentro de uma coisa responsável, com fonte de financiamento”, afirmou.
Alessandro Vieira afirma que Jair Bolsonaro cometeu crimes no combate à pandemia por negar à população “o direito à saúde pública, que é um direito básico que está na Constituição”.
Segundo o senador, o governo Bolsonaro desarticulou toda a estrutura que o país já tinha para tentar combater o coronavírus e apostou “em teorias da conspiração absolutamente insanas. Isso é crime de responsabilidade”.
“O Brasil não comprou vacinas quando deveria ter comprado e não fez, em nenhum momento, uma grande campanha de esclarecimento para a população. E o combate à pandemia se dá, essencialmente, pela compra de vacinas e pela informação”.
“Ao tomar a decisão política e pessoal de não fazer isso – e isso está demonstrado por vídeos, postagens e atos formais -, ele retardou o combate e, consequentemente, aumentou o número de contaminados e de mortos”, enfatizou.
Alessandro Vieira confirmou que participará da manifestação pelo impeachment de Jair Bolsonaro convocado pelo Movimento Brasil Livre (MBL) e pelo Vem pra Rua para o dia 12 de setembro.
O nome do senador Alessandro Vieira ainda vai ser debatido pelas instâncias nacionais do Cidadania.