Indicado por Lula para o Supremo Tribunal Federal (STF), Flávio Dino se reuniu com senadores aliados na terça-feira (28) para traçar estratégia para sua sabatina e começou a visitar gabinetes na quarta (29), defendendo que a Corte deve ser “vetor” para a harmonia entre os Poderes.
Dino, que hoje é ministro da Justiça, e os senadores que participam de sua “campanha” estão otimistas e calculam mais de 50 votos, enquanto 41 são necessários para a aprovação.
A sabatina na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado foi marcada para o dia 13 de dezembro.
Na noite de terça (28), Flávio Dino esteve em um jantar na casa do líder do governo no Congresso, senador Randolfe Rodrigues (sem partido-AP), junto com outros senadores aliados para discutir a estratégia. O encontro contou com senadores do MDB, PSD, PDT, PSB, Podemos e PT.
O senador Weverton (PDT-MA), designado relator da indicação, informou que Flávio Dino vai estar aberto para conversar com todos os senadores que quiserem.
“Todos que tiverem abertos ao diálogo, ele [Flávio Dino] estará certamente conversando e levando, não só o seu pedido de apoio, de apoiamento, como também fazer qualquer tipo de esclarecimento, tirar qualquer tipo de dúvida antes da sabatina”, afirmou.
O relator está otimista para a aprovação de Dino para o STF, já que “o governo tem tido seu êxito de aprovação e de vitórias enormes aqui — acima de 90% ou 95%”.
“Eu acredito que temos mais de 50” votos, estimou.
Na manhã desta quarta-feira (29), Flávio Dino já estava no Senado para conversar com colegas e conseguir apoio. “Tenho conversado muito com os colegas senadores. Vai dar tudo certo”, disse.
Em conversa com a imprensa, Dino afirmou que “ministro do STF não tem partido, não tem ideologia e nem lado político. No momento em que o presidente faz a indicação, eu mudo a roupa que eu visto. Essa roupa hoje é em busca desse apoio no Senado que, se eu merecer a aprovação, é a roupa que eu vestirei sempre. Independente de governo ou oposição”.
Ele ainda defendeu a “harmonia entre os Poderes”, argumentando que “não podemos ter um país em que divergências impeçam o andamento das políticas públicas e das medidas legislativas que o país precisa”.
Flávio Dino tem 55 anos e é formado em direito pela Universidade Federal do Maranhão e mestre pela Universidade Federal de Pernambuco. Foi juiz federal da 1ª Região entre 1994 e 2006 e presidente da Associação dos Juízes Federais do Brasil (Ajufe).
Ele já foi eleito deputado federal, senador e governador, por dois mandatos, do Maranhão.
Enquanto ministro da Justiça, teve atuação relevante no combate à tentativa de golpe do dia 8 de janeiro.
Parlamentares bolsonaristas, depois de o terem escolhido como alvo para seus ataques, adotaram uma estratégia de convidá-lo ou convocá-lo para todas as comissões no Congresso que conseguissem.
O resultado, porém, foi favorável ao ministro, que respondeu com firmeza e não deu brechas para que eles agissem com fake news nas redes sociais. Depois disso, pararam com os convites.