A Comissão de Direitos Humanos (CDH) do Senado aprovou um convite para que o procurador-geral da República, Augusto Aras, explique as providências que está tomando sobre o relatório final da CPI da Covid.
O requerimento foi apresentado pelo senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), vice-presidente da Comissão Parlamentar de Inquérito que durante quase seis meses apurou as denúncias de omissões e crimes da gestão de Jair Bolsonaro na condução da crise sanitária causada pela Covid-19, que já matou mais de 613 mil brasileiros.
Randolfe disse que pretende saber de Aras “o que ele vai fazer com o relatório de uma CPI com quase 1.200 páginas, com provas robustas” sobre essa tragédia.
O relatório final da CPI, aprovado no dia 26 de outubro, pede o indiciamento de 78 pessoas e duas empresas. Uma dessas pessoas é Bolsonaro. A CPI pediu o indiciamento dele por nove crimes.
Há também pedidos de indiciamento de ministros, ex-ministros, três filhos do presidente, deputados federais, médicos, empresários e um governador – o do Amazonas, Wilson Lima. Duas empresas que firmaram contrato com o Ministério da Saúde – a Precisa Medicamentos e a VTCLog – também foram responsabilizadas.
Os senadores da CPI da Covid fizeram uma entrega simbólica do relatório ao PGR em 27 de outubro. Pela legislação processual, o procurador teria o prazo de 30 dias para pedir novas investigações, denunciar o presidente Jair Bolsonaro ou arquivar tudo.
Após a aprovação do convite, a Procuradoria-Geral da República informou, por meio de nota, que Aras vai se manifestar sobre o relatório da CPI no próximo sábado (27).
A expectativa é de que a audiência ocorra entre 13 e 14 de dezembro.