A Associação de Trabalhadores do Estado (ATE) e a Central de Trabalhadores Argentinos (CTA- autônoma) realizaram, na terça-feira, 10, uma greve nacional com mobilizações em distintos lugares do país, exigindo a reincorporação de milhares de trabalhadores demitidos, a reabertura de negociações salariais (conhecidas como paritárias) na nação e nas províncias e que os trabalhadores provinciais e municipais tenham direto ao salário mínimo. Também reivindicaram a imediata declaração da emergência alimentar, durante um grande ato na Praça de Maio de Buenos Aires.
Hugo Godoy, dirigente da ATE, afirmou que “a situação de catástrofe social que nosso país atravessa, produto das políticas do governo de Macri e do FMI, teve como um dos alvos principais os funcionários públicos, reduzindo salários e generalizando a precariedade laboral”, e ainda levou à pobreza extrema milhares de famílias pelo desemprego.
“O governo pôs o Estado a serviço das transnacionais, da fuga de capitais e da especulação financeira. Hoje a ATE, a Federação Sindical de Profissionais da Saúde, FESPROSA, os trabalhadores do Judiciário, a Federação Nacional de Docentes Universitários, CONADU; e todas as organizações aqui presentes, fortalecem a unidade nas ruas, a única unidade que vale para defender os direitos de nosso povo”, ressaltou Godoy. “Nas ruas devemos sustentar a perspectiva de um plano econômico e social que esteja nas antípodas do FMI. Fora Macri e fora o FMI!”, finalizou o dirigente da ATE.
O secretário geral da CTA Autônoma, Ricardo Peidro, expressou: “A resistência acontece em todo o país. Aqui estão os que nos sindicatos e no território são protagonistas da luta. Não damos trégua ao governo. A CTA está orgulhosa de ganhar as ruas”.
As entidades organizadoras apresentaram uma lista de reivindicações como o pagamento imediato de um bônus para alimentação, reforço de emergência para as obras sociais, aumento orçamentário para a saúde e para o conjunto das universidades nacionais e o sistema científico e tecnológico, que atravessam situações dramáticas.
Claudia Baigorria, secretária geral da CONADU e adjunta da CTA-A, apontou: “Este governo não dá respostas à crítica situação que temos por causa de sua política econômica de desvalorização, arrocho e inflação”.
“Saúde, educação, seguridade social, trabalho, alimentos, nenhum direito este governo garante. Com a especulação fizeram que se enriquecessem os mesmos de sempre: há pobres cada vez mais pobres e ricos cada vez mais ricos. Esse é o selo deste governo”, manifestou. “Por isso”, acrescentou, “os docentes universitários continuam defendendo a educação pública, exigindo orçamento para as universidades, para saúde e educação em todos os níveis e que nossos salários não continuem pagando as consequências deste modelo”. “O povo não aguenta mais, por isso os trabalhadores decidimos que não vamos abandonar as ruas e nossa unidade é cada dia mais ampla e combativa”, sublinhou.
Na quarta-feira, 11, dia em que na Argentina se comemora o Dia do Professor, os docentes se manifestaram com um café da manhã comunitário e jogos didáticos na frente da Praça do Congresso. Apresentaram uma questão particular. “Com fome não se pode ensinar nem aprender”. A jornada de luta, convocada pela Confederação de Trabalhadores da Educação (CTERA), teve esse objetivo central: denunciar a situação crítica que se vive nas aulas. “A fome não espera”, repetiram os professores durante o protesto.
SUSANA LISCHINSKY