“Trabalhador não tem o que comemorar”. “Quem reuniu com ele foram esses caras de motoclubes que pensam igual a ele e que foram fazer firula para ele”, afirma o presidente do sindicato, Gil Almeida
O presidente do Sindicato dos Motoboys e Entregadores de São Paulo (Sindimoto-SP), Gilberto Almeida, o Gil, disse que a categoria não participou da “motociata” promovida por Jair Bolsonaro porque “trabalhador não tem o que comemorar”.
“Quem reuniu com ele foram esses caras de motoclubes que pensam igual a ele e que foram fazer firula para ele”.
“Você viu moto de trabalhador? É porque trabalhador não tem o que comemorar. Gás de cozinha subindo, gasolina subindo, derivados de petróleo subindo, mergulhados em precarização potencializada pelo governo federal”, continuou Gil.
“Quanto aos bolsonaristas quererem se segurar na nossa categoria, é só o Bolsonaro enxergar quantos motoentregadores participaram com seus bauzinhos dos movimentos que ele fez, e não só em São Paulo, mas também no Rio de Janeiro e Brasília. Isso deixa claro como está sendo vista a política dele”, comentou.
Jair Bolsonaro disse que reuniu “umas 300 mil motos, para mais”. Um dos organizadores falou em 400 mil. Entretanto, segundo a estimativa da Secretaria de Segurança Pública de São Paulo, o passeio covideiro de Bolsonaro contou com 12 mil motos.
Para Rodrigo Ferreira, diretor de relações governamentais do Sindimoto-SP, Bolsonaro não tomou nenhuma medida que beneficie ou proteja os entregadores de aplicativos e motoboys. Segundo ele, a isenção de pedágio, prometida por Bolsonaro, “é para motoclube, com moto de alta performance. O cara quer viajar, passear, e aí não paga o pedágio”.
“O que o trabalhador quer é capacitação, linha de financiamento, subsídio para gasolina. Estamos em um momento de precarização do trabalho com os aplicativos e o governo federal não tem interesse em criar um ambiente mais seguro para a categoria”, completou.
A isenção de pedágios para motos fará com que o preço para os demais usuários seja elevado. O Ministério da Infraestrutura disse que o aumento será de 2%, enquanto a Associação Brasileira de Concessionárias de Rodovias (ABCR) avalia que o acréscimo será de 5% para carros e caminhões.
Nota dos motoboys divulgada antes do evento de Bolsonaro contra a participação no ato: