Um coletivo intitulado “Sionistas de Esquerda” lançou nota em que critica a presença do padre Julio Lancellotti na manifestação pelo fim do genocídio perpetrado por Israel contra o povo palestino na Faixa de Gaza no último sábado (4), em São Paulo. Eles citam que, entre os milhares de manifestantes, um grupo minoritário portava bandeiras do Hamas.
O ato em São Paulo marcou o Dia Mundial de Solidariedade ao Povo Palestino, que teve manifestações em cidades do Brasil e do mundo. Na Avenida Paulista, o ato contou com apoio de integrantes da comunidade árabe, partidos políticos, movimentos sociais e judeus que repudiam o massacre de Israel contra crianças e inocentes.
A predominância foi de bandeiras palestinas. Gritos de protesto como “Estado de Israel/Estado assassino. Viva a luta do povo palestino” e “chega de chacina/PM na favela/Israel na Palestina” ecoaram.
Na ocasião, Lancelotti fez um discurso contra os ataques executados por Israel, que já deixaram mais de 10.000 mortos na Faixa de Gaza, segundo contagens do Ministério da Saúde palestino.
“Israel, além de ser um Estado assassino, é um Estado covarde”, disse o padre no ato. “Direito de defesa não é matar, direito de defesa não é ser covarde, ser assassino. Graças a Deus, nem todos os judeus e nem todos os israelitas apoiam esse governo assassino.”
Mas, para o grupo de judeus sionistas, que se intitula como “esquerda”, a presença do padre católico foi “ofensiva”. Talvez pelo fato do humanista condenar o assassinato de palestinos pelas bombas israelenses e pedir um imediato cessar-fogo em Gaza.
Em nota, eles acusam Lancellotti de ser “parcial” e classificam sua conduta como “ofensiva”. Também qualificam o Hamas como “terrorista”, expressam posicionamento favorável a um cessar-fogo e pedem a “queda” do governo de Benjamin Netanyahu.
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RESPOSTA
O Padre Júlio respondeu aos ataques sionistas. “Eu leio essa manifestação com uma falta de análise, uma falta de senso crítico”.
“A gente não pode confundir o Hamas, que é um movimento terrorista, com o povo palestino, assim como não pode confundir o povo israelense e os judeus com o governo terrorista de Israel”, respondeu Lancellotti.
“Veja, os próprios sionistas de esquerda pedem a renúncia do primeiro ministro, ou seja, reconhecem a brutalidade do governo israelense. No fim, as pautas são as mesmas e passam pelo fim do genocídio em curso“, defendeu o padre, em referência à própria carta escrita pelos sionistas.