O Google anunciou que não renovará um contrato relacionado ao uso militar de inteligência artificial com o Pentágono, previsto para ser encerrado em 2019. O polêmico trabalho fornece dados para analisar imagens de drones de uso militar. A decisão foi anunciada na sexta-feira (1) aos funcionários da empresa, que em abril divulgaram uma petição exigindo garantias de que o “Google não irá desenvolver tecnologia de guerra”.
Na petição, publicada em abril, os funcionários da multinacional afirmavam “acreditar que o Google não deve participar no negócio da guerra. Não podemos terceirizar a responsabilidade moral de nossas tecnologias para terceiros”. O documento também fez referência ao lema interno da empresa: “não seja mau”. Ainda após a publicação da petição, dezenas de pesquisadores e funcionários pediram demissão como forma de protesto.
O projeto no qual o Google desenvolvia a aplicação militar de inteligência artificial para o Pentágono, a exemplo da utilização de inteligência artificial para bombardeios com drones, era denominado “Maven”.
Apesar do Google tentar minimizar a dimensão do projeto, e-mails de altos funcionários da empresa, vazados pela Gizmodo, indicam que a parceria com o Pentágono seria sua porta de entrada para a indústria militar. Nesse sentido, o jornalista Lee Fang, do Intercept, noticiou que o Google “não se comprometeu a renunciar a continuação de outros contratos militares que lidam com inteligência artificial”.
O projeto Maven foi inciado em 2017. Seu objetivo era acelerar o uso e a aplicação militar de inteligência artificial. O orçamento previsto para o primeiro totalizava US$ 70 milhões.