O inquérito Santos, arquivado em 2011, que investigou a participação de Michel Temer em irregularidades no porto de Santos, vai ser utilizado nas atuais investigações do caso do decreto presidencial, de 2017, que prorrogou concessões do setor portuário e beneficiou a Rodrimar (o dono é amigo de Temer há muitos anos), em troca de propina.
A decisão é do ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF), que autorizou o envio de informações do inquérito Santos para o Ministério Público Federal (MPF). A 2ª Vara da Justiça Federal de São Paulo enviou ao Ministério Público os autos do Santos.
Em dezembro do ano passado, a Polícia Federal pediu ao STF para ter acesso à cópia do inquérito. Os delegados dizem que o inquérito antigo aponta um caminho que pode ajudar na atual investigação. As mesmas pessoas investigadas agora, como Temer, também foram alvos do inquérito arquivado.
O título e o conteúdo de uma tabela existente no inquérito antigo são muito sugestivos: “Parcerias realizadas, concretizadas e a realizar”. Existem nomes de empresas que administram áreas no porto de Santos, como a Rodrimar, ao lado de iniciais como “MT” e valores. Na avaliação dos investigadores, “MT” pode ser uma referência a Michel Temer. Ao lado do nome da Rodrimar, por exemplo, as iniciais “MT” são seguidas de valores: 300.000 e mais 200.000 para campanha.
Há também as iniciais “MA” ao lado de 150.000 e a letra “L” ao lado de 150.000. A letra “L”, segundo investigadores, pode ser uma referência ao coronel João Baptista de Lima Filho, laranja de Temer, que também é investigado agora. Até agora Lima não prestou depoimento apresentando sucessivos atestados médicos.
Estranho que com tantas informações o inquérito Santos tenha sido arquivado por falta de indícios.
As informações são do Blog da Andréia Sadi, do G1.