O Supremo Tribunal Federal (STF) incluiu nos inquéritos sobre o ataque terrorista de 8 de janeiro as imagens de câmera de segurança que mostram policiais recuando e permitindo o avanço dos bolsonaristas.
Uma filmagem mostra um grupo de policiais militares do Distrito Federal que estavam próximos ao Congresso Nacional entrando nas viaturas e saindo do local, permitindo o ataque aos prédios públicos.
As provas farão parte do inquérito que investiga a omissão ou participação de agentes públicos no atentado terrorista.
Os terroristas conseguiram acessar o Congresso, o STF e o Palácio do Planalto com praticamente nenhuma resistência por parte das forças de segurança do DF.
As mais de 10 horas de filmagens feitas por drones, câmeras de segurança e outras acopladas nos uniformes de policiais, já estão sob posse da Polícia Federal e da Corregedoria da PM-DF, que já abriu um Inquérito Policial Militar (IPM).
O interventor na Segurança do Distrito Federal, Ricardo Cappelli, afirmou que a Corregedoria da PM abriu um IPM “para apurar os fatos expostos pelas imagens das câmeras do STF. As imagens sugerem falhas graves no planejamento e na execução. Tudo será apurado. Vamos separar o joio do trigo. A lei será cumprida”.
O ex-comandante da PM-DF, Fabio Augusto Vieira, foi preso por sua omissão. Mesmo com a convocação do atentado ter ocorrido pelas redes sociais, Vieira não tinha nenhum plano para a proteção da Praça dos Três Poderes.
O mesmo ocorreu com o ex-secretário de Segurança Pública, Anderson Torres, que também foi ministro da Justiça de Jair Bolsonaro.
Torres demitiu o comando da Secretaria e depois viajou para os Estados Unidos, um dia antes do atentado contra a democracia.
Foram presas 1.406 pessoas em flagrante nos dias 8 e 9 de janeiro. Após a análise das audiências de custódia, o STF manteve presas, agora de forma preventiva, 942 terroristas.
Outros 464 criminosos foram liberados, mas terão que usar tornozeleira eletrônica, se apresentar periodicamente à Justiça, não podendo sair da comarca, e não poderão usar as redes sociais ou conversar com outros envolvidos.
Todos eles responderão por atos terroristas, associação criminosa, golpe de estado, abolição violenta do estado democrático de direito, ameaça, incitação ao crime e perseguição.