Presidente da comissão, deputado Arthur Maia (União-BA), relatou que o ministro do STF, Alexandre Moraes, vai fornecer acesso aos processos de 8 de janeiro
Os trabalhos da CPI Mista do Golpe começaram na terça-feira (13) e o presidente da Comissão, deputado Arthur Maia (União-BA), afirmou que o STF (Supremo Tribunal Federal) vai compartilhar os inquéritos já encerrados sobre os atos golpistas de 8 de janeiro.
Ele se reuniu na terça-feira com o ministro do STF, Alexandre de Moraes, de quem ouviu a garantia de compartilhamento de dados em até 45 dias.
“Houve absoluta colaboração do ministro sobre compartilhamento dos dados sigilosos. Ajudará muito no andamento da CPMI na aceleração do nosso trabalho”, disse Arthur Maia em coletiva concedida no salão verde da Câmara dos Deputados.
AMPLA INVESTIGAÇÃO
De acordo com o deputado, a CPI Mista abrange diversas linhas de investigação, como eventuais omissões durante as ações golpistas, além da condição das prisões dos golpistas.
Até o momento, 250 pessoas seguem detidas por envolvimento nas ações contra o Estado Democrático de Direito e a própria democracia.
Maia defende que, para ouvir os detidos, seria melhor a ida de representantes do colegiado aos presídios, para oitiva em grupo. Os terroristas e golpistas estão presos na Papuda (homens) e na Colméia (mulheres).
O prazo de 45 dias foi dado pelo próprio Moraes. De acordo com Arthur Maia, o ministro disse que não compartilhará nenhum inquérito ainda em diligência. Conforme os inquéritos sigilosos sejam concluídos, serão liberados e enviados à CPI Mista.
O colegiado deve começar a ouvir os convocados na próxima terça-feira (20), com a lista de nomes a ser aprovada e divulgada nesta quarta-feira (14).
MINISTRO DO STF NÃO SERÁ CONVOCADO
Arthur Maia negou ter tratado com Alexandre de Moraes sobre o requerimento para convocar o próprio ministro do STF, assim como diz não ter tratado sobre as ações da base governista para retirar o deputado André Fernandes (PL-CE) do colegiado.
O deputado bolsonarista é alvo de inquérito no Supremo por causa de postagens feitas no dia dos atos antidemocráticos.
Dessa forma, espera-se que a maioria dos processos hoje em sigilo sejam compartilhados em breve. Arthur Maia disse não haver problemas se nomes como Anderson Torres, ex-ministro da Justiça e ex-secretário de Segurança do Distrito Federal, serem ouvidos somente após 1 mês e meio. “Não haverá prejuízo se alguém for ouvido daqui a 45 dias”.
O presidente do colegiado garantiu que vai atuar para que todos os nomes citados como personagens centrais para os acontecimentos de 8 de janeiro sejam ouvidos, incluindo os governistas.
M. V.