A Suprema Corte dos EUA garantiu nesta segunda-feira (4) uma vitória ao chauvinismo e à xenofobia do presidente Donald Trump, ao permitir que entre plenamente em vigor seu veto migratório a pessoas de seis países de maioria muçulmana enquanto as disputas legais continuam em andamento em cortes inferiores. Assim, passarão a ser proibidas de ingressar nos EUA pessoas oriundas do Irã, Líbia, Síria, Iêmen, Somália e Chade. A decisão se deu por 7 a 2.
Cortes inferiores tinham antes delimitado que o veto era válido somente para pessoas sem parentes morando nos Estados Unidos ou outras conexões já estabelecidas com o país. O veto de Trump havia sido questionado em ações separadas pelo estado do Havaí e pela American Civil Liberties Union (ACLU). Ambos os processos alegavam que o mais recente veto, assim como seus antecessores, era discriminatório contra muçulmanos, em uma violação à Constituição dos EUA, e não era permissível sob as leis de imigração.
Esse veto é a terceira versão de uma política polêmica que Trump tentou implantar inicialmente uma semana após a posse em janeiro. Em decorrência, ordens que bloquearam parcialmente o último veto devem ser suspensas enquanto cortes de apelação em São Francisco, na Califórnia, e Richmond, na Virginia, avaliam os casos. Ambas as cortes devem ouvir argumentações esta semana.
Trump emitiu seu primeiro veto migratório tendo como alvo diversos países de maioria muçulmana em janeiro, depois lançou uma versão revisada em março, quando o primeiro foi bloqueado por cortes federais, que expirou em setembro, após longa batalha judicial.