A taxa média de juros dos cartões de crédito no rotativo, em novembro de 2023, ficou em 434,4% ao ano ou uma taxa mensal equivalente de 15,26% ao mês. Considerando estas taxas, se fosse feita, por exemplo, a compra de um celular por R$ 1.000,00, em não havendo quitação, após 12 meses, a dívida estaria no valor de R$ 5.344,00.
A taxa média dos cartões de crédito não só não acompanharam o movimento de pequena diminuição da Selic no período, como tiveram um aumento de 38,1 pontos percentuais nos últimos 12 meses (desde dezembro de 2022). A Selic, taxa básica de juros da economia nacional, teve um recuo a contas gotas de 13,25% para os atuais 11,75% durante 2023.
O juro no rotativo está acima dos 400% ao ano desde dezembro de 2022. Os dados foram divulgados pelo Banco Central na quinta-feira (4).
A partir de 23 de dezembro passou a vigorar o parágrafo 1º. do artigo no. 28 da Lei do Desenrola Brasil (Lei 14.690 de 03/10/2023) que estabelece que “o total cobrado em cada caso (rotativo e parcelado) a título de juros e encargos financeiros não poderá exceder o valor original da dívida” ou, em outros termos, não pode ir além do dobro do valor original do empréstimo.
Com o teto de juros do rotativo e do parcelado, quem não pagar, por exemplo, no rotativo, uma fatura de R$ 1.000, arcará com juros e encargos de no máximo R$ 1.000. A dívida, independente do prazo, não poderá ultrapassar R$ 2.000. O Imposto Sobre Operações Financeiras (IOF) fica fora do cálculo.
A liberação de recursos no rotativo do cartão de crédito em novembro foi recorde no total de R$ 32,97 bilhões e representou a maior quantidade de dinheiro liberado em cartões de crédito desde o início da série histórica em março de 2011, quando esse valor mensal começou a ser acompanhado.