“Não só isso mas também o perigo de que possa ressurgir”, observou o ministro do STF em relação aos golpistas comandados por Bolsonaro na intentona de 2022
O ministro Alexandre de Moraes alertou o país sobre a gravidade do que aconteceu em 2002, quando os grupos fascistas chefiados por Jair Bolsonaro estiveram próximos de dar um golpe de Estado no Brasil e dos riscos que o país ainda corre hoje.
“Tanto na polícia quanto no Ministério Público e no Judiciário, tem gente que não entendeu ainda o que nós passamos. E o perigo de isso ressurgir”, observou o magistrado.
As afirmações de Moraes foram feitas em uma recepção de uma delegação de oito integrantes do Movimento Delegados pela Democracia (MDD) em dezembro de 2024, segundo a jornalista Mônica Bergamo, em sua coluna na Folha de S. Paulo.
A conversa se deu no gabinete do ministro. Os delegados homenagearam o magistrado por sua “coragem” na defesa das instituições democráticas durante os últimos anos.
Durante o encontro, Moraes reforçou a necessidade de reflexão sobre o papel das instituições em regimes autoritários. “Polícia, na ditadura, não é polícia. É braço armado do ditador. Ministério Público, Judiciário, na ditadura, não têm independência nenhuma, autonomia nenhuma. Também são os braços jurídicos do autoritarismo”, alertou.
O ministro destacou a “histeria coletiva” que tomou conta de parte da sociedade, citando episódios de bolsonaristas cantando o hino nacional para pneus e acreditando em notícias falsas disseminadas pelos golpistas, incluindo boatos de que ele próprio havia sido preso. As declarações de Moraes ocorreram pouco antes da prisão do general Walter Braga Netto, acusado de tentar obstruir investigações sobre a tentativa de golpe de Estado.