
Vice-presidente da CPI da Covid-19 no Senado chamou a atenção que, dentre os cadastros, dois estariam ativos. Advogado disse que ficaria em silêncio, pois compareceu à oitiva protegido por habeas corpus
O vice-presidente da CPI da Covid-19 no Senado, Randolfe Rodrigues (Rede-AP), revelou nesta terça-feira (14), na reunião da comissão, que o advogado e empresário Marcos Tolentino, apontado como sócio oculto da FIB Bank, possui inscrição de pelo menos seis CPFs (Cadastros de Pessoa Física) na Receita Federal, dentre os quais dois estão ativos.
“Por que vossa senhoria tem tantos CPFs cancelados na Receita Federal?”, indagou o senador, destacando que os documentos com as terminações (controles) 09, 81, 80, 60 estariam cancelados.
“E algo curioso: 84 e 05 estão como regulares. Ninguém pode ter dois CPFs”, questionou Randolfe.
Tolentino disse que não tinha dois CPFs. “Então, a Receita Federal está agindo de má-fé?”, rebateu Randolfe.
O advogado então afirmou que ficaria em silêncio diante do questionamento. O empresário estava protegido por habeas corpus concedido pelo STF (Supremo Tribunal Federal), que lhe permitia ficar em silêncio, a fim de não produzir provas contra si mesmo.
AMIGO DE RICARDO BARROS
Amigo do líder do governo na Câmara, Ricardo Barros (PP-PR), Tolentino entrou no radar da comissão após ser apontado como sócio oculto da FIB Bank.
Apesar de não ser instituição bancária, a empresa forneceu R$ 80,7 milhões como garantia no contrato da Precisa Medicamentos com o Ministério da Saúde, nas negociações para aquisição da vacina indiana Covaxin.
Desta vez, em segunda oportunidade, o colegiado conseguiu ouvi-lo. Na primeira ocasião, em 1º de setembro, a defesa do depoente apresentou atestado médico alegando que o advogado não poderia comparecer em razão de problemas de saúde, pelos quais chegou a ficar internado no Hospital Sírio Libanês, em São Paulo.
M. V.