Os trabalhadores da linha montagem da Boeing entraram em greve na sexta-feira (13) após rejeitar rejeitar um acordo provisório que aumentaria os salários em 25% em quatro anos. Essa é a primeira greve na Boeing depois da paralisação de 57 dias em 2008. O movimento envolve 33.000 trabalhadores, a maioria deles no estado de Washington, e afeta a produção das aeronaves 737 Max e o 777.
A greve começou logo após a meia-noite de sexta-feira, depois que 95% dos trabalhadores representados pelo Distrito 751 da IAM votaram para rejeitar o contrato proposto e 96% autorizaram a greve. O sindicato precisa do apoio de dois terços dos membros para decretar legalmente a greve.
O presidente do Distrito 751 da IAM, Jon Holden, apoiou o acordo provisório, que incluía um aumento de 25% para os trabalhadores durante a vigência do contrato de quatro anos, uma redução nos custos de saúde para os funcionários e um aumento nas contribuições da Boeing para os planos de aposentadoria dos membros. Apesar da posição de Holden, 95% dos trabalhadores rejeitaram a proposta e apoiaram a decisão de iniciar a greve.
Depois da greve na Boeing em 2008, o contrato que a encerrou foi prorrogado duas vezes durante os últimos 16 anos, com o sindicato fazendo concessões que resultaram em maiores custos com assistência médica e na perda do programa de pensão dos trabalhadores sindicalizados.
Em julho, a Boeing concordou em se declarar culpada de uma acusação de fraude e uma multa criminal de quase US$ 244 milhões ligada aos acidentes fatais de dois de seus aviões 737 Max há mais de cinco anos.
A paralisação ocorre no momento em que a empresa tenta aumentar a produção de aviões em meio a fortes desconfianças sobre seus padrões de segurança e capacidades de fabricação após um incidente em janeiro, no qual um painel de porta de um jato 737 Max explodiu quando o avião estava em pleno voo.
Além das crescentes perdas financeiras, a fabricante de aviões teve que desacelerar suas linhas de montagem devido a um limite de produção do 737 Max imposto pela Administração Federal de Aviação dos EUA, devido aos problemas de segurança apresentados pelas aeronaves produzidas.