Os trabalhadores da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) rejeitaram a proposta de reajuste salarial de 2,56% apresentada pela empresa, e paralisaram as atividades nesta quarta-feira (16).
De acordo com o Sindicato Nacional dos Trabalhadores de Pesquisa e Desenvolvimento Agropecuário (Sinpaf), a proposta para a celebração do Acordo Coletivo de Trabalho (ACT) 2024/2026 “não repõe perdas salariais acumuladas desde 2018, que somam 16,24%, segundo dados do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese)”.
Ainda segundo o sindicato, o mesmo reajuste de 2,58% foi apresentado para benefícios como auxílio-alimentação e auxílio-creche, o que na avaliação dos trabalhadores “não têm impacto na redução das perdas”.
Os funcionários também reivindicam a implementação de políticas de combate ao assédio moral e sexual na empresa, e a proteção a gestantes e lactantes terceirizadas em ambientes insalubres. Os trabalhadores também querem a concessão de créditos aos técnicos e assistentes em publicações científicas.
O presidente do Sinpaf, Marcus Vinícius Vidal, diz que a paralisação nacional busca chamar atenção da empresa e da sociedade para as injustiças enfrentadas pelos trabalhadores e para garantir os seus direitos. “Precisamos de valorização e respeito”, disse.
“Foram 16 rodadas de negociação em que a empresa, de maneira impositiva e inflexível, tentou, ao final, empurrar um acordo bianual e um pacotão sem diálogo real. Não vamos permitir que a Embrapa divida a categoria e enfraqueça nossa luta por melhores condições de trabalho e respeito aos direitos de todos os empregados”, afirmou Marcus Vidal.
A entidade afirma que a resistência da empresa em atender à demanda pelo Adicional de Escolaridade para Técnicos e Assistentes, adquiridos em cursos de graduação, pós-graduação, mestrado e até doutorado, é outra questão que está na pauta dos trabalhadores.
Ressaltando que “a Embrapa é uma das maiores instituições de pesquisa agropecuária do Brasil e do mundo, com um orçamento de R$ 4 bilhões e 43 centros de pesquisa de Norte a Sul do Brasil”, o sindicato argumenta que “essa falta de reconhecimento gera frustração entre os trabalhadores, que desempenham funções de alta complexidade e contribuem significativamente para o sucesso da empresa”.
“Ela desempenha um papel importante no desenvolvimento agropecuário do Brasil, sendo única em sua função”, explica o presidente do Sinpaf.
A Embrapa é uma empresa pública vinculada ao Ministério da Agricultura e Pecuária e é responsável por planejar, supervisionar, coordenar e controlar atividades relacionadas à pesquisa agropecuária e à formulação de políticas agrícolas.