
Frente à intransigência da direção dos Correios sobre o Acordo Coletivo, os trabalhadores da estatal marcaram indicativo de greve nacional a partir do dia 7 de agosto. A proposta da empresa visa a subtração de direitos e um reajuste salarial abaixo da inflação.
As negociações entre os trabalhadores, centralizados através de um Comando Nacional de Mobilização e Negociação (CNMN), e a direção da empresa vem ocorrendo desde o início de julho. Porém, a proposta inicial dos diretores está sendo mantida. De acordo com ela, os salários seriam reajustados em 1,58%, o que significa apenas 60% do Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), que foi de 2,64% desde o último Acordo Coletivo, e direitos como Vale-alimentação e Vale cultura seriam suprimidos. Além disso, a proposta diminui o adicional noturno de 60% para 20% e o tempo considerado como “noturno” em três horas.
Segundo a Federação Nacional dos Trabalhadores dos Correios (FENTECT), é de interesse dos trabalhadores insistir o máximo possível nas vias da negociação, mas caso a proposta e a postura da empresa não sejam alteradas, os trabalhadores recorrerão à greve para garantir seus direitos. Já foram realizadas assembleias em todos os estados do país, e em todas elas foi aprovado por unanimidade o processo de mobilização para a greve, que, caso as coisas se mantenham inalteradas, começará às 22h do dia 7 de agosto.
Segundo Fisher Moreira, diretor da FENTECT, “as assembleias por todo país deixaram claro que os ataques da empresa só serviram para motivar os trabalhadores. Mesmo fazendo uso da Reforma Trabalhista e da ameaça de suspensão do ACT, os trabalhadores vão dar a resposta à altura, construindo a maior greve dos últimos tempos”.
Para o secretário geral do Sindicato dos Trabalhadores dos Correios do Paraná (Sindcom-PR), “reajuste das tarifas, atraso nas entregas, ameaça de privatização e outras, têm sido algumas das mazelas a que os trabalhadores dos Correios e a população têm sido submetidos pelos gestores dos Correios. O problema não é falta de recursos, é má gestão”.