
Os trabalhadores da Caixa Econômica Federal estão se mobilizando para barrar o projeto de privatização do banco estatal. As atividades começam a partir desta terça-feira (10) e incluem visitas aos locais de trabalho, reuniões e assembléias, além de manifestações nas agências.
A princípio as atividades se estendem até o próximo dia 18 de março, quando todo o funcionalismo está convocando manifestações por todo o país em defesa dos serviços públicos e contra a reforma administrativa proposta pelo governo Bolsonaro.
“O que o governo quer fazer com a Caixa, banco que ainda é 100% dos brasileiros, vai afetar, sobretudo, a população mais pobre, que não é atendida pelos bancos privados. Além de comprometer a função social da instituição, que responde por 70% de todo o financiamento habitacional, chegando a 95% em alguns municípios”, destaca o presidente da Federação Nacional das Associações do Pessoal da Caixa (Fenae), Jair Pedro Ferreira.
Segundo a Fenae, as manifestações vão começar com visitas a locais de trabalho onde foram identificadas as chamadas “medidas administrativas ou ações de abuso”, caracterizadas por descomissionamentos sumários e pela transferência arbitrária de empregados.
“Essa reestruturação desrespeitosa e antidemocrática vem sendo promovida pela direção do banco sem qualquer negociação com os representantes dos trabalhadores”, observa Dionísio Reis, coordenador da Comissão Executiva de Empregados (CEE) e diretor da Região Sudeste da Fenae.
A Fenae alerta para o processo de vendas de ativos da Caixa iniciada no ano passado, com a venda do braço de loterias instantâneas Lotex e de participações no IBR Brasil, no Banco Pan e na Petrobras, que deve prosseguir em 2020 com a alienação de parte da Caixa Seguridade e da Caixa Cartões.
“É evidente que Caixa está sendo privatizada e que o governo disfarça o processo”, disse Ferreira.