A iniciativa da homenagem foi do Sindicato dos Escritores do Estado de São Paulo e teve a participação dos sindicatos de Jornalistas e dos Trabalhadores em Hotéis e Restaurantes, da Federação Nacional dos Advogados, Associação Brasileira de Imprensa, Agência Sindical, entre outras entidades
“A presença de Geraldo Pereira, jornalista e escritor, diretor de nosso sindicato, nas lutas mais importantes do povo brasileiro por soberania, por democracia, por justiça social, sempre dentro de uma perspectiva transformadora, revolucionária, sempre ao lado dos trabalhadores, torna mais do que justa esta homenagem”, declarou o escritor e economista Nilson Araújo de Sousa, presidente do Sindicato dos Escritores do Estado de São Paulo (Sindeesp).
Ao agradecer pela homenagem, Geraldo Pereira destacou que “o nosso povo nunca se deixou abater diante dos obstáculos e a nossa história é de superação. Diante da fome e da miséria, dos baixos salários e do desemprego que ainda nos assolam, confio no reerguimento do nosso movimento sindical para que a luta por justiça, igualdade e defesa da nossa soberania neste país tome as praças e realmente torne os sonhos do nosso povo em realidade”, afirmou.
Em mensagem, a Associação Brasileira de Imprensa declarou “seu reconhecimento ao Geraldo por seu legado de luta na defesa incansável da liberdade de imprensa, dos direitos dos trabalhadores e da democracia, pilares de nossa entidade”.
Na homenagem, cuja organização foi encabeçada pelas diretoras do Sindeesp, Rosani Abou Adal e Celly Molitor, diversas das lideranças presentes se pronunciaram.
Eduardo Viné, diretor do Sindicato dos Jornalistas de SP e João Franzin, diretor da Agência Sindical, destacaram a importância do trabalho de Geraldo Pereira no jornalismo sindical. “A presença de tantos lutadores nesta homenagem a Geraldo Pereira é a maior demonstração do valor de suas dezenas de anos de contribuição nesta trincheira”.
O secretário-geral do Sindicato dos Escritores, Nathaniel Braia, lembrou os “anos de trabalho conjunto com Geraldo Pereira e Barbosa Lima Sobrinho com outros companheiros como Francisco Soriano (da Petrobrás), Alan Kardec, o brigadeiro Rui Moreira Lima, que se uniram sob a bandeira do Movimento Em Defesa da Economia Nacional (Modecon), de grande importância, quando Collor e FHC ameaçaram a nossa soberania simbolizada na Petrobrás e na defesa das bandeiras do nacional-desenvolvimentismo”.
“Geraldo Pereira esteve presente nas manifestações e eventos em defesa da Petrobrás e contra a enxurrada de privatizações que pensamos sustar com o impeachment do Collor, mas que infelizmente se manteve com Fernando Henrique, aquele que via como bandeira de seu governo ‘o fim da Era Vargas’, negando os avanços patrióticos que levaram à afirmação de nossa nacionalidade. Geraldo, que participou do nosso jornal Hora do Povo, sempre se insurgiu contra essa rapinagem do que é nosso”, acrescentou.
O presidente da Federação Nacional de Advogados, Walter Vetori, também homenageou o escritor e, durante sua fala, alertou para “o risco do avanço tecnológico a serviço dos interesses do imperialismo, o que nos chama a desenvolver indústria e tecnologia próprias”.
“Grande parte do que eu sei, devo ao Geraldo, nosso professor que foi além dos ensinamentos puramente técnicos”, destacou o diretor do Sinthoresp, Honorato Soares. O Sinthoresp cedeu seu espaço e contribuiu com a realização do evento.
O ex-deputado federal Jamil Murad também destacou a presença de Geraldo na defesa da Petrobrás ao relatar a participação do jornalista na organização de um ato contra a entrega do nosso patrimônio na Assembleia Legislativa “quando eu era deputado estadual por São Paulo”.
Estiveram presentes também os diretores do Sindeesp, cineasta Caio Plessman, engenheiro Iso Sendacz e jornalista Leonardo Severo, redator de internacional da Hora do Povo e o diretor do Sindeesp Carlos Moura.
No encontro foi realizada uma leitura dramática de José Souza, que ressaltou a luta de Geraldo, associando ao papel dos deputados mais ligados à defesa do povo, citando as leis populares de Jorge Amado em defesa da cultura e contra a violência que se chocava com os cultos afro-brasileiros.
O ato foi encerrado com apresentação musical de Carlos Mahlungo e Cida Costa.