![](https://horadopovo.com.br/wp-content/uploads/2023/12/Samer-Abudaga-morto-e-Wael-Al-Dahdouh-ferido.jpg)
Samer Abudaqa foi ferido por um drone-bomba lançado por Israel contra a escola Farhana, na cidade de Khan Younis. As ambulâncias foram impedidas, sob tiros israelenses, de chegar ao local e o jornalista morreu, seis horas depois. Wael Al-Dahdouh sobreviveu por conseguir sair da área
O Exército de Israel assassinou o jornalista Samer Abudaqa, da Al Jazeera, em um ataque contra uma escola em Khan Younis e feriu o chefe do jornal na Faixa de Gaza, Wael Al-Dahdouh, que já teve sua família martirizada pelos bombardeios.
Samer Abudaqa foi ferido pelos fragmentos de um drone-bomba lançado por Israel contra a escola Farhana, na cidade de Khan Younis.
As ambulâncias foram impedidas, sob tiros israelenses, de chegar ao local e o jornalista sangrou até morrer, seis horas depois.
Samer estava junto com Wael Al-Dahdouh fazendo a cobertura do resgate, por uma ambulância, de uma família que teve sua casa atacada por Israel. Eles tinham conseguido alcançar locais que não estavam sendo visitados e estavam fotografando a devastação causada pelas bombas de Israel. Os dois utilizavam coletes e capacetes que diziam “IMPRENSA”.
Wael Al-Dahdouh, que sobreviveu aos ferimentos, contou que eles foram atacados “no caminho de volta” do ponto em que estavam fotografando. Mesmo sangrando, ele conseguiu deixar o local e pedir ajuda para seu colega.
De acordo com a Al Jazeera, as forças israelenses obstruíram o caminho e não permitiram que equipes de socorro chegar até Samer Abudaqa. O jornal apontou Israel como “totalmente responsável por esse crime hediondo”.
Samer é palestino, nascido em uma cidade próxima a Khan Younis, tinha 45 anos e é pai de quatro filhos, três meninos e de uma menina. Ele trabalhava como fotógrafo da Al Jazeera desde 2004.
O governo de Gaza afirmou que o drone que matou Samer e feriu Wael foi lançado visando “deliberadamente a equipe da Al Jazeera”, numa tentativa de “intimidação” para “obscurecer a verdade e impedi-los da cobertura mediática”.
Wael Al-Dahdouh contou que “no caminho de volta” da escola em que estavam fotografando, “algo aconteceu de repente. Eu senti como se algo grande tivesse acontecido e me derrubado no chão. O capacete e o microfone caíram, eu tentei reunir minhas forças e mal consegui ficar de pé, me sentia tonto”.
O jornalista sentiu o ombro e o braço sangrarem, mas conseguiu andar centenas de metros até ser resgatado. Ele informou imediatamente que o colega estava ferido no local do bombardeio.
A Federação Internacional de Jornalistas (IFJ), sediada em Paris, disse ter ficado “profundamente chocada” com o ataque de Israel contra os jornalistas. “Nós condenamos o ataque e reiteramos a demanda de que a vida de jornalistas devem ser protegidas”.
O Instituto Internacional de Imprensa (IPI) também repudiou o assassinato de Samer, assim como o Comitê para a Proteção dos Jornalistas (CPJ). O Comitê já documentou o assassinato de 64 jornalistas que estavam cobrindo a devastação feita por Israel na Faixa de Gaza.
FAMÍLIA DE AL-DAHDOUH FORA ASSASSINADA EM OUTUBRO
Chefe da equipe do Al Jazeera na Faixa de Gaza, Wael teve sua casa bombardeada e a família assassinada por Israel, no fim de outubro.
Ele perdeu a esposa, dois filhos e um neto. Eles estavam no Campo de Refugiados de Nuseirat, na região norte da Faixa de Gaza, que foi a primeira a ser destruída por Israel.
JORNALISTA AGREDIDO EM JERUSALÉM
Policiais israelenses foram filmados agredindo o jornalista palestino Mustafa Al-Kharouf, da agência turca Anadolu, em Jerusalém, na Cisjordânia.
Durante uma abordagem, um policial deu um soco na cara de Mustafa. Depois, o agente deu um golpe com a ponta de sua metralhadora.
O policial apontou a arma para o jornalista, que vira de costas e abre os braços. Seu colega derrubou Mustafa no chão com um mata-leão e os demais policiais começaram a chutá-lo.
Tudo foi filmado por um jornalista da CNN, que foi impedido de ficar no local enquanto Mustafa era espancado.