
“O embaixador odeia Trump e os Estados Unidos”, foi a grotesca justificativa para a agressão fornecida pelo secretário de Estado, Marco Rubio
O governo de Trump, expulsou o embaixador da África do Sul, Ebrahim Rasool. O secretário de estado dos EUA, Marco Rubio, em um post do X (ex-Twitter), neste sábado, 15, acusou o governo da África do Sul de odiar Trump e os Estados Unidos.
“Ebrahim Rasool é um político racista que odeia a América e odeia o presidente,” postou Rubio.
“Não temos nada para discutir com ele e, portanto, ele é considerado PERSONA NON GRATA,” continuou Marco Rubio em sua contra no X. “O embaixador da África do Sul nos Estados Unidos não é mais bem-vindo em nosso grande país,” disse.
O motivo da expulsão, seria a declaração de Rasool sobre a política de Trump de que é “supremacista”. O que significa que o país que constantemente se vangloria de ser o defensor da “liberdade de expressão plena” – inclusive como justificativa para agredir e sancionar outros – está expulsando o chefe da diplomacia de um país que se destacou na luta contra a discriminação racial por emitir opinião crítica ao seu governante.
Desde que assumiu o segundo mandato, Trump adotou uma postura expansionista, querendo anexar a Gronelândia, o Canadá e o Canal do Panamá, ameaçando até a usar força militar e ressuscitando a guerra tarifária de seu primeiro mandato contra a China, Canadá, México e o resto do mundo.
Recentemente, Trump cortou o envio de ajuda financeira para a África do Sul, acusando o país de fazer perseguição contra sua população branca. A questão é que o atual governo da África do Sul determinou que parcela da terra detida pelos brancos afrikaners (que se beneficiaram ao longo dos anos de apartheid e, sendo 7% da população detêm 72% das terras do país).
Outro motivo não declarado seria o caso que a África do Sul petiionou junto à ‘Corte Internacional de Justiça’ contra Israel, pelo genocídio de palestinos em Gaza, patrocinado por bilhões em armas pelo Pentágono.
O embaixador sul-africano arguiu que a verdadeira razão para sua expulsão é porque a Africa do Sul “representa o antídoto ao supremacismo”.
O governo da África do Sul respondeu, em um comunicado, à “lamentável” postura da Casa Branca: “A Presidência insta todas as partes interessadas, relevantes e impactadas a manter o decoro diplomático estabelecido em seu envolvimento com o assunto. A África do Sul continua comprometida em construir um relacionamento mutuamente benéfico com os Estados Unidos”.