
O governo dos Estados Unidos está se preparando para expandir a transferência de milhares de estrangeiros para a base militar americana em Guantánamo, em Cuba. De acordo com o jornal ‘The Washington Post’, oficiais do governo americano vazaram documentos com os planos a jornalistas, sob a condição de anonimato.
Até mesmo cidadãos de países com governos submissos aos EUA estarão sujeitos a irem parar no famigerado campo de concentração onde ficaram detidos cidadãos de outros países caçados pela CIA.
Pessoas de países europeus como a Itália, França, Reino Unido, Alemanha, Bélgica, Holanda, Lituânia, Ucrânia, Irlanda e Turquia estarão sujeitos a ficarem presos no que pode vir a se tornar o maior campo de concentração do continente.
Outra medida é que o governo americano sequer pretende notificar os países de origem sobre a transferência de prisioneiros para a base militar que ficou conhecida mundialmente como centro de tortura para os acusados de “terrorismo” pelo governo americano depois dos ataques do 11 de setembro de 2001 e da invasão americana ao Iraque.
Em janeiro deste ano, Trump já havia assinado uma ordem executiva determinando preparar a base militar para acomodar o envio de mais de 30 mil imigrantes deportados. A ordem instruiu o Pentágono e o Departamento de Segurança Interna do EUA a abrir um centro de detenção em Guantánamo.
“Alguns deles são tão ruins que nem confiamos nos países (de origem) para mantê-los, porque não queremos que eles voltem”, disse Trump em janeiro.
“Então, vamos enviá-los para Guantánamo. Isso dobrará nossa capacidade imediatamente,” disse o presidente americano.
Logo depois, em março eles tiveram que transferi-los novamente, centenas de imigrantes presos, agora para uma prisão na Louisiana, possivelmente por problemas de superlotação em Guantánamo.
Mesmo os governos de países membros da OTAN, como a Alemanha, a França e o Reino Unido, de acordo com os oficiais do governo americano que vazaram a informação, não serão avisados sobre a transferência de presos para Guantánamo.
A Casa Branca e o Departamento de Segurança Interna, quando procurados pelos jornalistas para prestar esclarecimento, não tiveram resposta. Mas nesta quarta-feira, após a publicação do artigo do ‘The Washington Post’, a secretária de imprensa do governo americano, Karoline Leavitt, publicou nas redes sociais que o artigo é “fake news”.
Em outra leva de aprisionamentos ilegais, centenas de imigrantes deportados já foram transferidos à prisão em El Salvador.