TSE notifica canal e manda excluir publicação criminosa que liga Lula à Suzana Von Richthofen

Foto: LR Moreira - Secom - TSE
Com “deliberado propósito de induzir o eleitor a erro e de desconstruir a imagem de determinada candidatura a partir de conteúdo indubitavelmente mentiroso”. A fake news é completamente perceptível

A ministra do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) Maria Cláudia Bucchianeri ordenou que o Twitter remova diversas postagens que associam o presidenciável Luiz Inácio Lula da Silva (PT), à criminosa Suzana Von Richthofen, que foi condenada pelo assassinato dos próprios pais.

O “gabinete do ódio” sob a coordenação e orientação do vereador federal Carlos Bolsonaro, filho “02” do presidente Jair Bolsonaro (PL), está à frente disso.

A magistrada atendeu a pedido da Federação Brasil da Esperança – composta por PT, PCdoB e PV – com apoio do PSB, por meio do vice Geraldo Alckmin (PSB); PSol, Rede, Solidariedade, Avante e Agir (antigo PTC) e, agora, Pros – da qual faz parte a candidatura de Luiz Inácio Lula da Silva à Presidência da República.

FRAUDE DO ‘GABINETE DO ÓDIO’

Na publicação que circula no Twitter, ele aparece em foto ao lado de mulher vestida de vermelho com o rosto de Richthofen inserido por montagem.

A Federação destacou que a publicação resultou numa alta 120% nas buscas pelos termos Lula e Suzane Von Richthofen, embora diversas agências de checagem já tenham desmentido a imagem e confirmado que a pessoa na foto é, na verdade, a ex-assessora parlamentar Patrícia Lélis.

Bucchianeri escreveu que a publicação possui o “deliberado propósito de induzir o eleitor a erro e de desconstruir a imagem de determinada candidatura a partir de conteúdo indubitavelmente mentiroso”.

Ela ordenou que o Twitter remova as publicações em 24 horas de 8 perfis diferentes, bem como que forneça os dados de acesso, registro e endereço de IP de quem publicou a imagem, de modo a identificar os responsáveis por disseminar a desinformação.

IGREJAS

Em outra representação, a ministra Cármen Lúcia, do TSE, determinou a remoção de publicações que associam Lula à invasão de igrejas e à perseguição de cristãos. Uma das postagens foi feita no perfil verificado do deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) no Twitter.

Na decisão, a ministra afirmou que as postagens “não são críticas políticas ou legítima manifestação de pensamento. O que se tem é mensagem ofensiva à honra e imagem de pré-candidato à Presidência da República, com divulgação de informação sabidamente inverídica”.

Ela determinou que as redes sociais Twitter, Facebook e Instagram removam as publicações em 48h. Ela também fixou multa de R$ 50 mil caso posts do tipo voltem a ser publicados.

MAIS FAKE NEWS E BOLSONARISMO

O TSE notificou, também, a Jovem Pan por fake news contra Lula e por fazer “propaganda sistêmica” a favor de Jair Bolsonaro, candidato à reeleição.

Nesta terça-feira (6), oficiais de Justiça foram à sede da Jovem Pan, em São Paulo, para entregar a notificação contra o veículo nas mãos de Paulo Mathias, Rodrigo Constantino, Fábio Piperno e Jorge Serrão.

A informação foi divulgada pelo portal Notícias da TV, do UOL, que indicou que a emissora descumpriu as regras da cobertura jornalística da lei eleitoral e divulga fake news contra o candidato do PT.

Na última sexta-feira (2), Constantino afirmou que Lula teria feito fala sobre empregadas domésticas, o que não ocorreu. A Jovem Pan também foi notificada pelo espaço dado a Jair Bolsonaro, em entrevistas ao vivo, e em elogios da emissora. Uma das possíveis punições é a retirada do canal do ar por 24 horas.

M. V.

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