
“Estamos no local, prontos para cumprir todos os acordos”, disse o chefe dos negociadores russos, Vladimir Medinsky. Contudo, a parte ucraniana não apareceu e isso adia a oportunidade que milhares de famílias têm de enterrar seus soldados mortos de forma humana”
A delegação ucraniana não compareceu ao ponto de troca com a Rússia na fronteira neste sábado (7), impedindo o início da repatriação de corpos de soldados ucranianos mortos e troca de presos de guerra, como decidido na negociação direta Rússia-Ucrânia no dia 2 em Istambul, denunciou Moscou.
“A parte ucraniana inesperadamente adiou tanto a recepção dos cadáveres quanto a troca de reféns por tempo indefinido. A delegação ucraniana nem sequer chegou ao local da troca”, afirmou o chefe dos negociadores russos, Vladimir Medinsky, pedindo que o regime de Kiev cumpra o que foi acordado e inicie o processo “imediatamente”.
“Pedimos que se levem por fim os corpos de 6 mil soldados e oficiais das Forças Armadas da Ucrânia para que suas famílias possam dar-lhes uma sepultura humana”, acrescentou.
O primeiro comboio russo, com 1.212 corpos ucranianos transportados em caminhões refrigerados, está parado na fronteira desde as primeiras horas do dia aguardando a troca.
“A parte russa, em estrita conformidade com os acordos de Istambul, começou a implementar no dia 6 de junho a ação humanitária para transferir a Ucrânia mais de 6 mil corpos dos militares das Forças Armadas da Ucrânia abatidos, assim como para trocar prisioneiros feridos e doentes graves, e prisioneiros menores de 25 anos”, reiterou Medinsky.
“Além disso, foi entregue à Ucrânia a primeira lista de 640 prisioneiros de guerra das categorias ‘feridos, doentes graves e jovens’ para iniciar a troca. O grupo de contato do Ministério da Defesa russo está na fronteira com a Ucrânia”, destacou.
O tenente-general Zorin detalhou que a operação segue em conformidade com o que foi firmado em 2 de junho: “Estão sendo preparados outros três comboios, com 1.200 corpos cada, e um comboio rodoviário adicional também com 1.200 corpos, totalizando mais de 6 mil”.
“Até o momento, a Ucrânia se absteve de marcar uma data para o retorno dessas pessoas e não nos entregou o número correspondente de prisioneiros russos”, disse o militar.
Medinsky reafirmou que em “total conformidade com os acordos alcançados em Istambul”, preparamos mais de 6 mil corpos de soldados ucranianos, “armazenados congelados em vagões especiais, muitos uniformizados e com documentos, prontos para serem transferidos para o lado ucraniano.”
“Nossos representantes chegaram à fronteira, ao ponto de troca. No entanto, infelizmente, não entendemos por que não há representantes do lado ucraniano, não há delegação, não há listas. Mais uma vez apelamos aos nossos negociadores ucranianos para que cumpram estritamente os acordos.”
“As famílias esperam por seus filhos e maridos. Milhares de famílias terão a oportunidade de enterrar seus soldados mortos de forma humana e cristã. Estamos no local, prontos para cumprir todos os acordos. Levem seus soldados, aceitem os prisioneiros, os doentes. Façamos o que os humanos devem fazer”.