A noite da última quarta-feira (16) marcou com emoção a abertura do 60º Congresso da União Nacional dos Estudantes (UNE), realizado em Goiânia, Goiás. O ato foi marcado com homenagens aos três estudantes da Universidade Federal do Pará (UFPA), que morreram na madrugada desta quarta, em um acidente na BR-153, quando estavam a caminho do evento.
Ana Letícia Araújo Cordeiro, Welfeson Campos Alves e Leandro Souza Dias estavam em um ônibus atingido por um caminhão que trafegava na contramão. Ademilson Militão de Oliveira, motorista do ônibus e funcionário da UPFA, também morreu no acidente.
Logo na abertura do Congresso, a UNE convocou um ato-homenagem com discursos de solidariedade e pesar vindos de delegações de diferentes regiões do país. Em cada rosto, a dor da perda se misturava à indignação diante das condições que levam a tragédias como essa, muitas vezes causadas pela precarização do trabalho.
A entidade publicou trechos do ato em memória dos estudantes. “A UNE é uma organização que reúne os sonhos dos estudantes. Ana, Welfeson e Leandro permanecerão vivos em cada vez que um estudante ousar sonhar e lutar. Eles estarão em cada canto desse congresso, em cada fala, em cada grito, em cada expressão de luta e no amor que nós, estudantes, temos pelo Brasil”, disse a atual presidente da organização, Manuella Mirella, na abertura do Congresso. Em coro com o público presente, os nomes das vítimas foram repetidos.
“O BRASIL É DOS BRASILEIROS”
Nesta quinta-feira (17), os estudantes realizam o ato “O Brasil é dos brasileiros: taxar os super ricos e investir na educação”, com a presença do presidente Lula.
Considerado o maior encontro estudantil da América Latina, o evento da UNE segue até domingo (20) e deve reunir mais de 15 mil universitários de todas as regiões do país. Ele é realizado a cada dois anos e conta com a participação de lideranças políticas e especialistas em educação, cultura e direitos sociais.
Esta é a oitava vez que o Congresso da UNE ocorre em Goiânia, capital do estado natal de Honestino Guimarães, ex-presidente da UNE e símbolo da resistência estudantil durante a ditadura militar.
A programação conta com debates, atividades culturais e uma plenária final em que serão votadas as resoluções do movimento estudantil e eleita a nova diretoria da UNE. Entre os temas em destaque estão financiamento da educação, assistência estudantil, novo marco regulatório do ensino à distância e soberania nacional.
