Segundo ele, as medidas de proteção devem ser mantidas e intensificadas. Mas, “o que vai vencer definitivamente a pandemia é a vacina”, destacou o governador, em entrevista coletiva
O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), afirmou nesta quinta-feira (19), em entrevista coletiva no Palácio dos Bandeirantes, que a vacina contra a Covid -19 é a prioridade total de seu governo. Ele disse isso depois de anunciar a chegada, na manhã desta mesma quinta-feira, das primeiras 120 mil doses da CoronaVac, vacina desenvolvida pelo Instituto Butantan em parceria com a empresa chinesa Sinovac.
O governador destacou que todas as medidas de proteção devem ser mantidas, como o uso de máscaras, a higiene das mãos e o distanciamento social, “mas que a solução definitiva para a superação da pandemia está na vacina”. As declarações do governador vêm num momento em que os indicadores de casos, de internações e mortes por Covid-19 dão sinais de recrudescimento tanto no Brasil quanto nos países do hemisfério norte.
Para João Doria, a vacina é única garantia da volta da vida ao normal no país. Por isso, ele condenou qualquer tentativa de se “colocar as disputas políticas, eleitorais ou ideológicas acima dos interesses da população, acima do objetivo de se obter a vacina para salvar suas vidas”.
Recentemente o presidente Jair Bolsonaro instrumentalizou a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) para tentar impedir o avanço das pesquisas com a CoronaVac. Bolsonaro chegou a dizer publicamente que não vai comprar a vacina de jeito nenhum. Doria destacou que todas as vacinas serão importantes.
“Isso não é uma corrida de vacinas, é uma corrida contra a morte de 500 pessoas por dia”, salientou. Bolsonaro tem manifestado uma grande irritação com o governo de São Paulo por este ter se associado ao chineses para a produção da vacina. Bolsonaro chama a vacina de vacina comunista.
Perguntado sobre o que está faltando para que a CoronaVac seja aprovada pela Anvisa e possa ser usada na população, Dimas Covas, presidente do Instituto Butantan, presente à entrevista coletiva, explicou que todas as fases estão sendo cumpridas para que a vacina seja aprovada. Ele afirmou que, diferente dos Estados Unidos, o Brasil não possui uma legislação que permita o uso emergencial de uma vacina. Esta situação libera a fabricante de algumas exigências. Nos EUA a Pfizer solicitou a aprovação do uso emergencial de sua vacina contra a Covid-19.
Dimas Covas disse que a interrupção por alguma horas nas pesquisas não alterou o cronograma do desenvolvimento da vacina. Segundo ele tudo foi mantido e o ensaio clínico de terceira fase segue avançando. Ele comemorou a chegada, nesta quinta-feira (19) das primeiras 120 mil doses e anunciou 46 milhões de doses para o início do ano. Ele disse que está otimista de que o Butantan estará produzindo as vacinas no início do ano.
“O instituto Butanan, que tem 120 anos de existência, e produz 75% de todas as vacinas usadas no Brasil já é credenciado. Agora os técnicos da Anvisa estão na China para credenciarem o laboratório da Sinovac. E, por fim, o estudo clínico que já está em sua fase final. Até o final do ano teremos esses dossiês, a Anvisa poderá analisar e, certamente no início do ano estaremos iniciando a vacinação”, explicou Covas.
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