Com o resultado do mês, o setor ficou 0,3% abaixo do recorde de maio (+0,9%)
Em julho de 2024, as vendas do comércio varejista cresceram 0,6%, já descontado o ajuste sazonal, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgados nesta quinta-feira (12). O resultado não compensa inteiramente as perdas obtidas em junho, mês em que houve queda de 0,9%. Dessa forma, o setor em julho ficou 0,3% abaixo do patamar recorde, de maio deste ano.
Durante o ano, o comércio varejista, após a queda de 2,3% em dezembro do ano passado, cresceu 3,7% em janeiro deste ano. Nos meses seguintes variou em torno de zero: fevereiro (+0,7%); março (+0,2%); abril (+0,8%), maio (+0,9%), em junho (-0,9%) e agora (+0,6%).
A média móvel trimestral, depois de registrar 0,3% no trimestre encerrado em junho de 2024, apresentou variação de 0,2% no trimestre encerrado em julho.
Por atividade, cinco dos oito grupos pesquisados apresentaram alta no mês de julho: Equipamentos e material para escritório informática e comunicação (2,2%), Outros artigos de uso pessoal e doméstico (2,1%), Tecidos, vestuário e calçados (1,8%), Hiper, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (1,7%) e Móveis e eletrodomésticos (1,4%) e Livros, jornais, revistas e papelaria (0,1%) .
No lado negativo, ficaram Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos e de perfumaria (-1,5%) e Combustíveis e lubrificantes (-1,1%).
Na modalidade ampliada, que inclui Veículos, motos, partes e peças, material de construção e Atacado de produtos alimentícios etc., o volume de vendas apresentou um crescimento próximo de zero (0,1%) frente a junho, época que registrou alta de 0,3%.
Na passagem de junho para julho, houve um avanço de 3,8% nas vendas de Veículos e motos, partes e peças, enquanto Material de Construção variou em queda de -0,2%.
Frente a 2023, as vendas do comércio cresceram 4,4%. No acumulado do ano até julho, o comércio está 5,1% em alta, enquanto no acumulado nos últimos 12 meses apresenta um crescimento de 3,7%. Nestas bases comparativas, no entanto, o IBGE não considera o cálculo de ajuste sazonal – quando são descontadas as variações sazonais, que incidem sobre os dados, alterando ou não a base estatística.
Na avaliação do gerente da Pesquisa Mensal de Comércio (PMC) do IBGE, Cristiano Santos, a recuperação em julho de parte das perdas das vendas registradas em julho foi possível por alguns fatores econômicos, como “a melhoria das condições tanto da massa de rendimento real, que teve um crescimento, quanto da população ocupada, ambos os indicadores foram positivos e contribuem para que haja um aumento da renda geral e que parte dessa renda vá para o comércio”.
Outro fator que influenciou para o resultado positivo do setor em julho , segundo Santos, “foi a concessão de crédito, que também aumentou no mês de julho. Isso também contribui para que parte desse crédito possa se converter em consumo impactando no comércio varejista como um todo”.
Na próxima semana, o Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom) irá se reunir para definir o nível da taxa básica de juros (Selic).
As expectativas do mercado financeiro são para que o colegiado eleve a taxa, após a “coesão” entre os diretores do Copom em manter a Selic nos absurdos 10,5% ao ano, nos dois encontros anteriores, e sinalizarem que irão elevar os juros em caso de “aquecimento” da economia, com o fim de inibir o consumo de bens e serviços no país, a pretexto de combater a inflação – apesar dos indicadores demonstrarem que ela segue baixa e controlada no Brasil.