
Após o ocorrido, PMs registraram na ocorrência que os tiros foram disparados durante confusão em bar na cidade de Sorriso
Uma câmera de segurança instalada em uma via da cidade de Sorriso, no interior do Mato Grosso, capturou o momento em que mostra dois policiais atirando contra uma mulher que estava sentada em um banco com o namorado dela.
A diarista Elizangela de Moraes foi atingida por dois disparos à queima-roupa. O crime ocorreu na última sexta-feira (17). As imagens mostram o momento em que dois homens, que estariam identificados como soldados da Polícia Militar surgem na mesma esquina em que ela e o namorado, que aguardavam um carro por meio do Uber.
As imagens contrapõem a versão que consta no boletim de ocorrência realizado pelos Policiais. Segundo o documento, Ezio Sousa Dias e Webert Batista Ribeiro, ambos de 30 anos, se envolveram em uma confusão em um bar e efetuaram disparos, atingindo Elizangela, que estava do lado de fora do estabelecimento.
Oswaldo Neto, namorado de Elizangela contou que o casal comemorava cinco meses de namoro naquela noite. De acordo com Oswaldo, eles resolveram se sentar no banco após o motorista do aplicativo pedir para que eles aguardassem na esquina, para facilitar o embarque.
Elizangela está internada no Hospital Regional do município. Ela está com uma bala alojada no pescoço e deve passar por cirurgia.
Veja o vídeo:
Os policiais foram presos horas depois do crime. Um deles foi preso na casa da mãe e outro no alojamento do 12º Batalhão da Polícia Militar. A conduta deles é apurada pela Corregedoria da Polícia Militar. Em audiência de custódia já na segunda-feira (20), a Justiça determinou a conversão da prisão em flagrante para preventiva dos policiais militares.
Diante das imagens, a Corregedoria Geral da Polícia Militar informa que deverão ser instaurados dois procedimentos para investigar o caso. Em razão da gravidade dos fatos, a investigação a ser instaurada deverá ser de natureza demissória fins avaliar a permanência de ambos nas fileiras da Instituição.
A Corregedoria reforçou que a prisão em flagrante dos dois soldados assim como apreensão da arma usada foram efetuadas pela Polícia Militar em ação coordenada pelo comandante da unidade local, assim como a entrega deles na Delegacia de Polícia Civil para que pudessem ser autuados em flagrante delito de crime comum. Os dois policiais estavam em horário de folga, não no exercício da atividade policial.
De acordo com Osvaldo Neto, não havia confusão. Os dois estavam sentados em um banco público quando os policiais passaram apontaram a arma e atiraram. “Eles nem falaram com a gente, não conhecíamos eles. Nós temos que respeitar a polícia em uma abordagem, porque somos pessoas de bem, mas eu pergunto, o que justifica esse tiro?”, questiona ele.