Um jovem chamado Caio Telles Guimarães, de 20 anos, foi preso por suspeita de roubo em 22 de fevereiro. No entanto, sua família relata que uma câmera de segurança do bairro em que ele vive contradiz a versão da polícia, mostrando que o jovem estava em casa no momento do roubo.
Segundo informações do advogado Douglas de Assis, responsável pela defesa do rapaz, a prisão de Caio, que é negro, pode ter sido motivada por racismo. Câmeras de segurança mostram que o jovem estava em casa no momento que o crime aconteceu. A defesa ainda afirma que o sinal do GPS do telefone celular de Caio indica que ele nem mesmo passou pela rua onde ocorreu o assalto.
“Existe sim a possibilidade de algum tipo de preconceito pela cor da pele. A família está desesperada, com um sentimento de impotência enorme. Mas todos acreditam firmemente na inocência do Caio. Ele jamais praticou crime algum, jamais entrou em uma delegacia”, comentou Douglas.
Caio foi preso no dia 22 de fevereiro, acusado de participar do roubo de uma moto na Rua David Campista, próximo à Rodovia RJ-104, por volta das 13h.
Contudo, a família do rapaz diz que ele estava em casa nesse momento e que só teria saído às 13h30 para ajudar um amigo a realizar uma mudança. Imagens da câmera de segurança que fica na rua onde ele mora, no bairro Laranjal, confirmam a versão dos familiares.
“Estamos reunindo o máximo de provas possíveis para deixar claro a inocência do Caio. Inicialmente é possível perceber que os horários são conflitantes. A vítima afirma em delegacia ter sido roubado às 13h, enquanto as câmeras mostram que nesse horário o Caio estaria no interior de sua residência”, explicou o advogado Douglas de Assis.
Caio, que serviu ao Exército no ano passado, foi detido por agentes do Segurança Presente, um policiamento de proximidade que complementa a ação da Polícia Militar no Rio.
Ainda, segundo sua defesa, Caio ouviu da vítima que ela não teria condições de reconhecer o rapaz como um dos assaltantes. Contudo, ainda de acordo com o advogado de Caio, a vítima mudou de opinião e passou a apontar Caio como sendo autor do roubo depois de conversar com os policiais reservadamente por alguns minutos.
Caio contou também que foi agredido com dois tapas no rosto pelos policiais e que levou um jato de spray de pimenta enquanto era obrigado a desbloquear seu aparelho de telefone celular para os agentes.
Em seu depoimento na delegacia, o homem que teve a moto roubada contou que os assaltantes apontaram uma arma para ele no momento do assalto. Os policiais que prenderam Caio não encontraram a arma do crime e nem mesmo a moto roubada. O crime foi registrado na 74ª DP em Alcântara.
O advogado de Caio revelou que vai pedir a revogação da prisão dele na próxima segunda-feira (7), incluindo no processo as imagens da câmera de segurança e o sinal do GPS do celular.
“Estamos confiantes que o juízo de origem irá revogar essa prisão descabida, que por certo a vítima se confundiu na hora do reconhecimento”, argumentou Douglas de Assis. Em nota, a Polícia Civil disse que o caso é referente a uma prisão em flagrante efetuada pela Polícia Militar, em que o autor foi reconhecido por duas vítimas, e que não se trata de uma investigação com base em um inquérito policial. “Portanto, o delegado agiu dentro da lei e qualquer elemento surgido após a prisão pode ser apresentado pela defesa junto à Justiça”, informou a instituição.