Após quatro meses no cargo, o ministro da Educação, Abraham Weintraub, cansado dos pesados afazeres do cargo, resolveu tirar férias em Alter do Chão, no Pará. Em jantar num restaurante da região, na segunda-feira (22/07), foi recebido por um grupo de manifestantes que o presentearam com um prato de kafta.
Weintraub foi abordado por ativistas do grupo Engajamundo, que o presenteou com o prato, em referência irônica ao episódio no qual ele errou a pronúncia do sobrenome do celebrado escritor Franz Kafka, chamando-o pelo nome do prato árabe.
Um cartaz que uma manifestante segurava fazia referência aos cortes de verbas das universidades por “balbúrdia” e a tentativa do ministro de explicar com chocolates o contingenciamento estendido a todas as federais.
Weintraub reagiu aos protestos e resolveu fazer uso do microfone dos músicos que faziam uma apresentação no local, para discursar. Após afirmar que estava de férias com a família (mesmo tendo apenas quatro meses de gestão), disparou críticas à esquerda, chamou o revolucionário Che Guevara de assassino e ofendeu os outros fregueses do restaurante, chamando-os de “petistas”.
O ministro foi amplamente vaiado pela maioria dos que estavam jantando. Com sua atitude, ao invés de acabar com a confusão, ele a aumentou significativamente. (veja o vídeo abaixo)
Weintraub chegou a pegar a filha caçula no colo, enquanto discutia com um grupo. “Aqui ó, corajoso”, gritava, apontando para a menina em seus braços.
Um indígena, ali presente, respondeu: “Eu também tenho filhos”.
O ministro então retrucou dizendo que não ia “à sua casa, enquanto você está comendo”, mas foi logo interrompido pelo mesmo ativista indígena: “Você está na minha casa.”
Weintraub, então, afirmou: “Não é porque você está com um cocar que você é mais brasileiro do que eu, seu babaca”.
O ministro foi convencido pela família a sair e deixa o local sob gritos de “fazendo balbúrdia” e “fascista”.
No dia seguinte… Bem, vejamos um relato:
“Nesta terça, pós evento patético do Weintraub em Alter do Chão, fui jantar com minha esposa, imaginando que desta vez ele ficaria discreto, se é que ele apareceria na praça principal.
“Quando cheguei, já vi que algo estava diferente: um carro de som tocando – ainda baixo – músicas da campanha do Bolsonaro e policiais armados.
“No restaurante, 30min depois, ele sentou ao nosso lado, comemos correndo e fomos ao outro lado da praça. Foi quando então o carro de som saiu com música alta e palavras de ordem (‘Bolsonaro 17’, ‘ele vai nos livrar do comunismo’) e parou ao lado do público, onde havia música ao vivo, incomodando o público e destruindo o ganha pão do músico, e fazendo elogios ao ministro” (v. Weintraub em Alter do Chão, dia seguinte).
Veja o vídeo: