Dono do X, o bilionário Elon Musk, trava embate com STF desde as últimas semanas, tendo sido colocado sob investigação após ataques ao ministro Alexandre de Moraes, e ameaça descumprir decisões judiciais
Depois de tentar barbarizar, emparedar e subjugar a Justiça brasileira, a rede social X/Twitter do bilionário Elon Musk, agora tenta, segundo matéria publicada pelo jornal Folha de S.Paulo, se eximir de responsabilidade no uso de ferramenta para transmissões ao vivo por parte de contas bloqueadas por decisão judicial.
Em ofício endereçado, na última sexta-feira (26), ao ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), a empresa escreveu que as pessoas investigadas recorreram à “manobra”, com a colaboração de usuários que não eram alvos de restrições impostas pelo tribunal, para realizar as “lives”.
O dono do X, Elon Musk, trava embate com STF, em particular com Moraes, desde as últimas semanas, tendo sido colocado sob investigação após ataques ao ministro do STF, inclusive, com ameaça de descumprir decisões judiciais.
“[Os usuários investigados] não utilizaram a funcionalidade ‘Spaces’ [ferramenta de transmissão ao vivo] por meio de suas próprias contas”, afirmou a plataforma ao STF.
“Em vez disso, eles inseriram links de ‘Spaces’ hospedados por outros usuários da plataforma X. Esses outros usuários — que não são objeto desta investigação e que não possuem medidas restritivas aplicadas em suas contas — convidaram os usuários bloqueados para participar, mascarando as suas atividades e permitindo que continuassem operando apesar das restrições impostas.”
TERGIVERSAÇÃO
A plataforma afirmou, por meio de nota, que a “manobra colocada em prática pelos usuários investigados — em colaboração com esses terceiros- não sugere, de forma alguma, que houve autorização ou permissão das Operadoras do X para o uso da funcionalidade” em questionamento pelas autoridades.
A manifestação atende à determinação de Moraes. No início da semana, o ministro ordenou que a plataforma enviasse explicações ao tribunal sobre relatório da PF (Polícia Federal).
A PF informou a Moraes que o X autorizou transmissão de conteúdo ao vivo de investigados. Entre essas páginas, estão as do blogueiro Allan dos Santos, do senador Marcos do Val (Podemos-ES) e dos comentaristas Paulo Figueiredo Filho e Rodrigo Constantino. As transmissões ocorriam a partir de linques colocados logo abaixo da descrição dos perfis bloqueados.
MANOBRA
Segundo o delegado Fábio Alvarez Shor, responsável pela apuração, “verificou-se que a rede social X, apesar de bloquear as postagens feitas e recebidas pelos investigados em seus canais, ao autorizar a transmissão de conteúdo ao vivo permitiu o uso de sua plataforma, desde o dia 8 de abril de 2024, pelos seguintes perfis:
- @RConstantino;
- @realpfigueiredo;
- @eustaquiojor;
- @marcosdoval;
- @allanldsantos; e
- @tercalivre”.
“Por fim, identificou-se também que o recurso ‘Espaços’ [Spaces] está sendo utilizado para permitir que usuários brasileiros da plataforma X possam interagir com pessoas que tiveram seus perfis bloqueados por decisão judicial”, acrescentou o delegado no relatório apresentado ao ministro Alexandre de Moraes.
M. V.