A deputada Carla Zambelli (PL-SP) disse, em sua defesa ao Supremo Tribunal Federal (STF), que sacou e apontou a arma por achar que o jornalista negro, Luan Araújo, havia atirado, mas foi um amigo dela própria quem fez o disparo.
A nova versão da deputada conflita com as gravações feitas da confusão.
Após um bate-boca, Carla Zambelli e seus amigos começaram a perseguir o homem pelas ruas. O amigo da deputada já havia sacado e mostrado sua arma há quase 10 segundos antes do primeiro disparo ter ocorrido. O disparo aconteceu bem na frente de Carla.
Luan Araújo, que foi ameaçado pela deputada, estava, naquele momento, tentando correr e encurralado contra as grades de um prédio.
Quando o homem consegue se distanciar, 20 segundos depois do disparo, Carla Zambelli saca sua pistola para continuar a ameaça.
Com a arma apontada, ela até entrou em um restaurante e ficou gritando “deita no chão”.
O caso ocorreu às vésperas do segundo turno das eleições presidenciais, em 2022. Ela é ré no STF por porte ilegal de arma de fogo e constrangimento ilegal com emprego de arma de fogo.
Segundo a defesa da deputada bolsonarista, “Carla saca a arma porque entende que alguém havia atirado. Ela não viu que o autor era um amigo que ela havia convidado para almoçar”.
Em sua primeira versão sobre o caso, Carla Zambelli disse que começou a perseguição e sacou sua arma porque tinha sido empurrada pelo homem.
“Fui agredida agora há pouco, me empurraram no chão. Um homem negro. Eles usaram um negro para vir em cima de mim. Eram vários”, escreveu a bolsonarista.
As filmagens do ocorrido mostram com clareza que ela caiu sozinha tentando perseguir o homem, que corria do local da confusão. Pega na mentira, agora ela diz que o homem cuspiu nela.