“Muitas vezes enfrentando a censura. A trajetória de José Celso Martinez marcou a história das artes no Brasil e não será esquecida”, escreveu o presidente
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva lamentou a morte do dramaturgo Zé Celso Martinez, ocorrida nesta quinta-feira (6), aos 86 anos em São Paulo.
O presidente homenageou o dramaturgo e escreveu numa rede social que Zé Celso era um dos “mais criativos artistas”.
“O Brasil se despede hoje de um dos maiores nomes da história do teatro brasileiro, um dos seus mais criativos artistas. José Celso Martinez Correa, ou Zé Celso, como sempre foi chamado carinhosamente, foi por toda a sua vida um artista que buscou a inovação e a renovação do teatro”, escreveu o presidente, no Twitter.
Zé Celso estava internado desde terça-feira (4) na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital das Clínicas, após sofrer queimaduras causadas por um incêndio no apartamento em que morava, no bairro Paraíso, Zona Sul da capital paulista.
O diretor dormia quando o incêndio começou. A suspeita é de que um problema no aquecedor do apartamento iniciou o fogo. Ele foi levado ao hospital por uma ambulância. Lá foi intubado imediatamente por estar em estado grave — 53% do corpo do dramaturgo foi queimado pelas chamas.
Lula destacou que o diretor de teatro sempre defendeu a democracia e a criatividade, enfrentando até mesmo a censura durante a ditadura militar.
“Corajoso, sempre defendeu a democracia e a criatividade, muitas vezes enfrentando a censura. Transformou o Teatro Oficina em São Paulo em um espaço vivo de formação de novos artistas. Deixa um imenso legado na dramaturgia brasileira e na cultura nacional. Meus sentimentos aos seus familiares, alunos e admiradores. A trajetória de José Celso Martinez marcou a história das artes no Brasil e não será esquecida”, escreveu.
José Celso Martinez Corrêa nasceu em 30 de maço de 1937, em Araraquara. Iniciou a carreira na década de 1950, mas foi na década de 1960 que desenvolveu a marca de seu trabalho quando liderou o Teatro Oficina, grupo formado quando integrava o Centro Acadêmico XI de Agosto, da Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo.