Várias cidades do mundo foram palco de manifestações no sábado, dia 30, contra a violência racista que causou mais uma morte de um cidadão negro norte-americano, George Floyd, abordado, algemado e deitado ao chão por um policial que o levou à morte ajoelhado sobre seu pescoço na cidade norte-americana de Minneapolis. Manifestantes saíram às ruas em Londres, Berlim e em Toronto, no Canadá.
Nos EUA, os protestos já duram cinco dias, com atos, assembleias, passeatas, vidraças quebradas, carros policiais e prédios incendiados, inclusive a estação central de polícia de Minneapollis, com três mortes registradas durante os confrontos ocorridos em 48 cidades, conforme registro do New York Times.
Em Berlim, os manifestantes se congregaram frente à Embaixada dos Estados Unidos. O protesto organizado por apoiadores do movimento Black Lives Matter (Vidas Negras Importam) reuniu milhares de pessoas, que gritaram frases contra o racismo e com cartazes pedindo justiça com a condenação dos responsáveis pela morte de George Floyd.
Em Londres, um protesto ocorreu no distrito de Peckham, bairro sulista da capital britânica com grande percentual de moradores descendentes de africanos.
Depois dos protestos de sábado as manifestações eclodiram no domingo, 31, juntando, desta vez, milhares de pessoas em locais como a Trafalgar Square, a Parliament Square e em frente à embaixada dos Estados Unidos. Os manifestantes portavam faixas com consignas como “Black Lives Matter” e “I can’t breathe” (“Não consigo respirar”, numa alusão às últimas palavras de George Floyd) e exigiam em coro “Justiça por George Floyd”.
Em Toronto, as pessoas foram às ruas para pedir justiça para o caso Floyd e também uma resposta para a morte de Regis Korchinski-Paquet, uma mulher negra de 29 anos que caiu da sacada de seu apartamento durante uma abordagem policial.
Nas redes sociais manifestações estão sendo convocadas para a próxima semana em várias cidades do mundo em protesto contra o racismo e a violência policial. Um dos atos já definidos se realizará em Bruxelas (Bélgica).
George Floyd, de 46 anos, foi brutalmente morto, na segunda-feira, 25, depois de ter sido detido sob a acusação – não comprovada – de ter tentado usar uma nota falsa de 20 dólares num supermercado de Minneapolis, no Estado de Minnesota.
Nos vídeos feitos por transeuntes e difundidos ‘online’, um dos quatro agentes que participaram na detenção tem um joelho sobre o pescoço de Floyd, que estava algemado e sem condição de reagir, a asfixia durou vários minutos e o policial seguiu na mesma posição quando outro policial já constatara a ausência de pulso em Floyd.
O assassino, Derek Chauvin e os demais três policiais que lhe deram cobertura foram demitidos da força policial e apenas um deles, Chauvin, foi preso acusado de homicídio involuntário.
O leve indiciamento do policial que assassinou Floyd friamente e que teve o crime filmado de perto e com nitidez, foi uma das causas de revolta que se expandiu de costa a costa dos Estados Unidos.