Em manifesto publicado na sexta-feira, dia 5, 89 comandantes da reserva das forças armadas norte-americanas denunciaram que “Trump traiu seu juramento à constituição” ao ameaçar chamar tropas militares para conter manifestações.
No manifesto publicado como editorial do jornal Washington Post, os generais consideram que este mau uso dos militares mina os direitos democráticos dos norte-americanos ao protesto, como está acontecendo agora por todo o país depois do brutal assassinato de George Floyd.
Segundo o portal Military.com, a decisão de redigir o manifesto foi tomada depois do lançamento de bombas de gás lacrimogênio e cargas de cavalaria para dispersar manifestantes próximos à Casa Branca, no intuito de liberar passagem de Trump rumo à igreja St. John onde Trump encenou com uma Bíblia e proclamou seu novo lema de governo: “Lei e Ordem”.
Na ocasião, Trump ameaçou invocar a Lei de Insurreição de 1807 que prevê o deslocamento de tropas para contenção de sublevação.
No texto, os miitares denunciam a traição ao juramento em defesa da Constituição no momento em que assumiu a Presidência, por “ameaçar os direitos de seus compatriotas norte-americanos”.
Os chefes militares exigem que o presidente se desfaça de qualquer plano de mandar forças militares da ativa para as cidades e as evite usar de qualquer forma que ameace os direitos constitucionais dos norte-americanos.
Entre os que assinam o documento, estão os ex-chefes do Pentágono, Leon Panetta, Chuck Hagel, Ash Carter e William Cohen; ex-diretor nacional de Inteligência, James Clapper; ex-diretor da CIA, Michael Hayden, e ex-chefes da Marinha, Sean O’Keefe, Ray Mabus e Richard Danzig.
O ex-chefe do Pentágono sob o próprio Trump , general James Mattis, abrira o rol de chefes militares norte-americanos destacados que condenaram o uso de tropas federais contra manifestantes.
O Partido Democrata divulgou outro documento firmado por 55 oficiais no qual exigem que Trump pare de “manchar a instituição militar”.