Acordo MDB/DEM deve se repetir também na Câmara dos Deputados
O líder do partido, Eduardo Braga (AM), afirmou que a sigla apoiará a reeleição de Davi Alcolumbre (DEM-AP) se o Supremo Tribunal Federal (STF) liberar a possibilidade de recondução. A declaração faz parte de um acordo em que o MDB voltaria ao poder no final de 2021. “Se houver reeleição, o MDB vai com o Davi. Se não houver, o MDB vai se habilitar”, afirmou Eduardo Braga ao Estadão/Broadcast.
“Sei que o presidente Davi Alcolumbre tem a pretensão de se reeleger, mas também existe o pleito legítimo do MDB, por ser a maior bancada, de fazer a sucessão no caso de Alcolumbre não puder”, disse Braga.
“Ainda tem algumas providências tão ou mais importantes para serem tomadas do que fazer futurologia”, disse o líder do MDB, pontuando que a articulação política dependerá da decisão do STF. “Se houver a possibilidade de reeleição, o Davi está reeleito”, avaliou.
O apoio consolida o acordo que já existe na Câmara, onde os dois partidos caminham juntos para emplacar um nome à sucessão de Rodrigo Maia (DEM-RJ). Na Câmara, DEM e MDB deixaram recentemente o bloco formado pelo Centrão em um movimento para marcar uma aliança na sucessão de Maia, que nega qualquer tentativa de reeleição.
O MDB é a maior bancada do Senado, hoje com 13 senadores. Alcolumbre derrotou o candidato do partido na eleição para o presidência da Casa em 2019, quando este tentou colocar Renan Calheiros (AL) de volta na cadeira. Após a derrota, porém, os emedebistas se aproximaram de Alcolumbre. Caso o STF impeça Alcolumbre, o MDB terá candidato. Atualmente o MDB trabalha com os nomes do próprio Braga, do líder do governo, Eduardo Gomes (TO), e da senadora Simone Tebet (MS).
O STF vai julgar uma ação do PTB sobre a possibilidade de reeleição dos presidentes da Câmara dos Deputados e do Senado Federal. Atualmente, a recondução é permitida pela Constituição apenas em legislaturas diferentes, o que não será o caso em 2021. O processo não tem data para ser analisado.