O Ministério Público do Espírito Santo divulgou nesta quinta-feira que ingressou com mais uma Ação Civil Pública relacionada ao vazamento de dados da criança de 10 anos, que foi estuprada e engravidou do tio em São Mateus, no norte do Estado. Desta vez, o MP capixaba ajuizou a ação contra Pedro Teodoro dos Santos, pré-candidato a vereador pelo Partido Social Liberal (PSL).
O MP pede uma indenização de R$ 300 mil do homem, que ajudou a organizar uma manifestação na porta da casa da avó da menina, no último sábado e divulgou em suas redes sociais o nome da menina, que é protegido por questões de segurança, em uma campanha de para a criança não abortar.
“Ele, inclusive, invadiu a residência sem que tivesse permissão para tanto. Uma vez dentro da casa, promoveu o que se pode chamar de ‘terror psicológico’ sobre a responsável pela criança de 10 anos, no intuito de fazer com que ela mudasse a decisão quanto à interrupção da gestação da vítima”, informou o MP.
No dia 16, continua o MP, Pedro Teodoro postou nas redes sociais a frase: “Todos a favor da vida me ajudem a levantar a # acima! Não se paga um mal, cometendo outro maior ainda!”. A postagem foi feita minutos após a divulgação de que a menina passaria pelo procedimento de interrupção da gravidez no Centro Integrado de Saúde Amaury de Medeiros (Cisam-UPE), no Recife, em Pernambuco.
O Ministério Público, na ação, afirma que as atitudes de Pedro estão incluídas “em uma estratégia midiática de viés político-sensacionalista iniciada pela que se porta como líder do grupo fundamentalista, a radical Sara Giromini. O ‘político’, em depoimento à polícia, admitiu que seguiu os ditames da extremista, expondo sobremaneira a triste condição da criança de 10 anos de idade, grávida de um familiar, por quem era cotidianamente estuprada há cerca de quatro anos”.
GIROMINI
Na quarta-feira, o Ministério Público do Espírito Santo (MP-ES) entrou na Justiça contra Sara Giromini. O órgão pede que ela seja condenada por divulgar os dados pessoais da menina. Caso a bolsonarista seja condenada, ela terá de pagar R$ 1,3 milhão por danos morais ao Fundo dos Direitos da Criança e do Adolescente da cidade de São Mateus, no Espírito Santo.
Para o MP, Sara “expôs a criança e a família dela, em frontal ofensa a toda a ordem jurídica protetiva da criança e do adolescente, conclamando seguidores a se manifestarem”, explicou o promotor Fagner Cristian Andrade Rodrigues, autor da ação.
Após a divulgação dos dados da vítima de estupro, ela perdeu seu perfil no YouTube, Instagram, Facebook e Twitter. Além disso, o Ministério Público Federal (MPF) abriu uma investigação contra a militante. Na web, uma petição já conta com mais de 100 mil assinaturas para abrir um processo contra ela.