A vacina russa Sputnik V que foi desenvolvida para combater a Covid-19 deve começar a ser testada no Paraná em 45 dias, com cerca de 10 mil voluntários, segundo estimativa divulgada pelo governo do estado, nesta quinta-feira (27).
Representantes da gestão paranaense se reuniram com a equipe da Agência de Vigilância Sanitária (Anvisa) para discutir pela primeira vez sobre a vacina contra o novo coronavírus desenvolvida pelo Instituto Gamaleya na Rússia e batizada de Sputnik V.
Há duas semanas, o governo paranaense assinou um memorando de entendimento com o Fundo de Investimento Direto da Rússia que deixa aberta a possibilidade de realização de testes, produção e distribuição do imunizante no Brasil.
No entanto, a realização de um estudo clínico da vacina no Brasil depende da aprovação da Anvisa. Por isso, os membros do governo do Paraná iniciaram o contato com a agência.
A reunião teve caráter preliminar e acontece antes de uma submissão dos documentos necessários para a análise da agência. De acordo com o Instituto de Tecnologia do Paraná (Tecpar), os documentos serão protocolados em cerca de 20 dias.
A partir do momento em que os documentos forem protocolados, a Anvisa tem até 72 horas para se manifestar e aprovar ou não o estudo clínico. Normalmente, esse prazo é de 90 dias, mas por causa da pandemia foi alterado.
O Paraná já recebeu os estudos das duas primeiras fases da vacina russa e trabalha na tradução das informações para o início das análises.
TESTES
Em relação ao número de voluntários, o governo informou que trabalha inicialmente com a possibilidade de recrutar 10 mil pessoas. No entanto, o número final só será definido após a conclusão do protocolo.
Segundo o governo, o Tecpar e o Instituto Gamaleya devem desenvolver em até 30 dias o protocolo de validação, que será enviado para a Anvisa e para a Comissão Nacional de Ética em Pesquisa (Conep).
Se o protocolo for validado pela Anvisa e pela Conep dentro do prazo esperado, os estudos começarão em 45 dias, conforme a gestão estadual.
“De fato, deve chegar em 45 dias ter condições de iniciar as testagens no Paraná. É muito conservador colocar prazo”, afirmou o chefe da Casa Civil do Paraná, Guto Silva, que participou da reunião com a Anvisa, em Brasília.