A determinação foi feita na semana passada pela juíza Nearis dos Santos Carvalho Arce, da 3ª Vara Criminal de Niterói
A deputada federal da bancada bolsonarista, Flordelis, que participou do assassinato do marido, o pastor Anderson do Carmo, deveria, mas não compareceu, nesta segunda feira (21), ao Núcleo Magarinos Torres, da Secretaria Estadual de Administração Penitenciária do Rio de Janeiro, para colocar a tornozeleira eletrônica.
A determinação foi feita na semana passada pela juíza Nearis dos Santos Carvalho Arce, da 3ª Vara Criminal de Niterói. Além da tornozeleira, Flordelis também é obrigada a se recolher em casa das 23h às 6h. A decisão foi tomada após as dificuldades para encontrar a deputada em seus dois endereços, em Niterói e Brasília.
Ela responde por homicídio triplamente qualificado, tentativa de homicídio duplamente qualificado, associação criminosa majorada, uso de documento ideologicamente falso e falsidade ideológica.
O casal de pastores, que chegou a receber apoio de parte da mídia e ser tema de filme, acabou revelando um submundo degenerado de manipulações religiosas, de crimes sexuais, disputas financeiras, traições, tentativas de envenenamento.
Como deputada federal, Flordelis imediatamente se identificou com Bolsonaro e passou a fazer parte de sua bancada na Câmara.
Anderson do Carmo foi executado com mais de 30 tiros na porta da casa do casal em Pendotiba, Niterói (RJ). Na época do assassinato, a deputada federal afirmou que se tratava de um assalto. Apesar disso, a investigação conduzida pelo Ministério Público e pela Polícia Civil não demorou muito para encontrar divergências nos depoimentos, além de outras evidências.
De acordo com a investigação, a família tentou esconder as evidências dos crimes chegando até mesmo fazer uma fogueira no quintal da casa para destruir provas. Os policiais acreditam que Flordelis tentou assassinar o pastor pelo menos seis vezes por envenenamento, além de contratar pistoleiros em outras duas vezes. O revólver usado na execução estava em cima do armário de Flávio, filho que admitiu ser o autor dos disparos.
Em uma das mensagens encontradas pelos policiais, Flordelis chama Anderson de “traste” e pede ajuda para um filho. “André, pelo amor de Deus, vamos pôr um fim nisso. Me ajuda. Cara, tô te pedindo, te implorando. Até quando vamos ter que suportar esse traste no nosso meio?”, escreveu. Em outra, Marzy, uma das filhas do casal, incentiva o irmão Lucas a matar o pastor por R$ 10 mil.
A deputada tentou fugir também do processo de cassação de seu mandato, mas não conseguiu. Depois de várias tentativas, a notificação foi entregue. A deputada já entregou a sua defesa. O processo disciplinar chegou à Corregedoria encaminhado pela Mesa Diretora da Câmara. Os integrantes da direção da Casa também assinaram projeto de resolução para a reabertura do Conselho de Ética já visando a análise do processo no colegiado.