O Paris Saint-Germain (PSG) está determinado a provar os insultos racistas contra Neymar. Segundo o jornal “Le Parisien”, o clube francês contratou uma equipe para dissecar as imagens da discussão entre o craque brasileiro e o espanhol Álvaro González, do Olympique de Marseille, no clássico do início do campeonato francês, no dia 13.
O camisa 10 foi expulso na estreia do torneio, contra o Olympique de Marseille, e acusou o defensor adversário Álvaro González de racismo. O jogador chamou Neymar de “mono” (macaco, em espanhol) durante uma jogada.
O rival nega e a Liga Francesa investiga o caso.
No último domingo (20), uma reportagem do Esporte Espetacular, da TV Globo, ouviu três especialistas em leitura labial e identificou que González teria dito a palavra “mono” para Neymar, que em espanhol significa macaco.
Os especialistas ouvidos são Luis Felipe Ramos, que faz parte da Associação de Surdos do Rio de Janeiro, Felipe Oliver e Mikel Vidal, tradutores de libras que trabalham para o Instituto Nacional de Educação de Surdos – esse último é filho de colombianos e tem formação avançada em espanhol.
“A gente não conseguiu, por exemplo, perceber o que ele fala antes de falar a palavra ‘mono’. Mas a palavra ‘mono’ foi um trecho que a gente teve consenso na hora em que estava fazendo o trabalho de leitura labial”, explicou na reportagem Felipe Oliver.
A ofensa teria acontecido ainda no primeiro tempo da partida, após um desentendimento entre o atacante e o defensor. Neymar foi até o quarto árbitro e disse as palavras “racismo, não!”, mas nada foi feito pela equipe de arbitragem. No final do jogo, após uma briga generalizada, Neymar deu um tapa na cabeça de González e recebeu o cartão vermelho.
A discussão prosseguiu nas redes sociais, onde Neymar afirmou que o único arrependimento foi não ter “dado na cara” do espanhol; González afirmou que não era racista, insinuou que a situação foi devido à derrota do Paris Saint-Germain e postou uma foto do elenco do Olympique de Marselha – o brasileiro então respondeu criticando-o e dizendo que ele “não era homem de assumir o erro”.
O Olympique de Marselha defendeu González e afirmou que o espanhol não é racista. Um tio do zagueiro afirmou que a palavra pronunciada foi “bobo” e não “mono”, em entrevista na Espanha.
Há um processo aberto contra os dois jogadores e as imagens do final do clássico estão sendo analisadas em diversos ângulos. Ainda não há uma data para o veredito do caso, mas estima-se que a decisão possa ocorrer entre uma a duas semanas.
O brasileiro já pegou uma suspensão de dois jogos por conta do tapa dado na cabeça do defensor espanhol e não participou dos confrontos contra o Metz e o Nice. O atacante deve voltar ao campo neste domingo contra o Reims na partida que pode ser a última do camisa 10 na Ligue 1 neste ano, já que se julgado, Neymar pode pegar até 10 jogos de suspensão.