Ele ameaçou deixar o PSOL se candidato em Duque de Caxias for punido por receber doações de empresários. “Não tem condições de eu ficar em um partido que não vê o tamanho do que você representa para a democracia brasileira”, afirmou
O deputado Marcelo Freixo (PSOL) criticou a direção do partido pelas ameaças de punição ao candidato a vereador em Duque de Caxias, Wesley Teixeira, por este ter recebido recursos de empresários.
“Se formalizarem alguma tentativa de impugnar a sua candidatura, Wesley, eu saio do PSOL, porque não tem condições de eu ficar em um partido que não vê o tamanho do que você representa para a democracia brasileira”, afirmou o parlamentar.
O educador e ativista do movimento negro corre o risco de ser punido pelo PSOL por ter recebido R$ 75 mil em doações de empresários para a campanha. Doaram para a campanha de Wesley nomes como Armínio Fraga, ex-presidente do Banco Central, o cineasta João Moreira Salles e a herdeira do banco Itaú Beatriz Bracher.
Freixo lembrou que em 2012 recebeu doações de Guilherme Leal, um dos fundadores da Natura, para a sua campanha à prefeitura do Rio, e ninguém cogitou impugnação.
O parlamentar acredita e defende que é momento para a esquerda diversificar alianças. “Se tem alguém que nunca pensou em financiar uma candidatura como a do Wesley e nesse momento entende que é importante eleger, vamos eleger”, defende. ” Não há contrapartida”.
“O partido tem uma direção da qual eu não faço parte, a direção tem que se manifestar. Só posso dizer é que Wesley tem o meu apoio e vou fazer campanha para ele”, reiterou o parlamentar.
“Conheço o Wesley desde menino, é um jovem evangélico que faz trabalho de educação popular, é um rapaz muito valioso”, contou o deputado. “Ele recebeu ajuda sem nenhuma contraproposta, sem nenhuma condição. Estamos vivendo um momento de enfrentamento de extrema-direita em que temos que dialogar com setores mais amplos”, argumentou Marcelo Freixo, que defende a formação de uma frente ampla para enfrentar o bolsonarismo.
