“Eu fico chocado pela perda de um grande jogador, um cara que eu conheci, e que eu gostava muito. E por um dependente químico, porque eu sofro muito quando morre um dependente químico. Para mim é muito duro”, disse o ex-jogador e comentarista esportivo Walter Casagrande, emocionado com a morte na quarta-feira (25) do gênio do futebol Diego Maradona.
Na entrevista ao “Jornal Hoje”, da rede Globo, Casagrande lembrou que conviveu com Maradona na Itália, onde jogaram no final dos anos 80 e início dos 90, e que sofreu, assim como o argentino, problemas com dependência química.
“Joguei na mesma época que ele na Itália, com o irmão dele tive bastante contato. Sempre me tratou muito bem, sempre tratou minha família muito bem. Sempre tive essa preocupação com o problema da dependência química, que é o mesmo problema que eu tenho, e eu me tratei”, disse Casagrande.
“Está bem difícil esse ano, essa semana”, acrescentou, lamentando também a morte do apresentador esportivo Fernando Vannucci no dia anterior.
“Eu sempre fiquei revoltado com quem estava ao redor dele. Porque quem está ao redor da pessoa está vendo o que está acontecendo, está vendo ele ir para o fundo do poço, destruir a vida dele. E ninguém faz alguma coisa para evitar isso que aconteceu hoje?”, disse Casagrande.
Maradona conviveu durante toda a sua vida com o vício das drogas, tendo sofrido duas suspensões quando era jogador. “Eu era, sou e serei um viciado em drogas”, afirmou Maradona em 1996, em entrevista à revista “Gente”. “Estou perdendo por nocaute”, afirmou anos depois ao Canal 9 da televisão argentina.
Foi nesses tempos difíceis, quando as portas se fechavam para ele, que Maradona encontrou em Cuba o apoio de que precisava, onde se tratou de 2001 a 2005.
Ele disse em 2016 que o presidente Fidel Castro havia sido “um segundo pai” para ele. “Um segundo pai porque me aconselhou, me abriu as portas de Cuba quando, na Argentina, as clínicas as fechavam, não queriam receber a morte de Maradona. Fidel abriu todas elas de coração”, disse o jogador à agência de notícias France Presse. Ele e Fidel morreram no mesmo dia, um 25 de novembro.
Veja o vídeo da entrevista de Casagrande ao Jornal Hoje: