O Marrocos anunciou que irá vacinar até o final de março toda a sua população em idade adulta – cerca de 25 milhões de pessoas – contra a Covid-19.
A vacina utilizada pelo país é a chinesa produzida pela Sinopharm (uma das cinco desenvolvidas na China) e a campanha terá início agora em dezembro, abrangendo 2880 postos de atendimento. A vacinação será gratuita.
Marrocos encomendou um total de 10 milhões de doses da vacina Sinopharm, que já foi testada em 600 marroquinos no âmbito de ensaios clínicos desenvolvidos neste outono.
Ao contrário de outras vacinas recém desenvolvidas, que exigem uma ultra refrigeração, a vacina da Sinopharm pode ser conservada à temperatura de geladeiras comuns, 2 a 8 graus centígrados.
A vacina, que usa um vírus inativado incapaz de se replicar em células humanas para gerar resposta imune – uma tecnologia amplamente comprovada -, é aplicada em duas doses.
Ainda na quarta-feira, os Emirados Árabes Unidos – que reúnem sete emirados, incluindo Dubai e Abu Dhabi – anunciaram a aprovação dessa mesma vacina, da Sinopharm, com eficácia comprovada nos testes clínicos de 86%. Desde setembro, a vacina já tinha recebido autorização no país para uso emergencial.
Em Novembro, a Sinopharm declarou que quase 1 milhão de pessoas na China tinham recebido a sua vacina.
O Ministério da Saúde marroquino assinalou que mais de 12 mil profissionais de saúde estão sendo mobilizados para a campanha de vacinação. A operação também vai envolver os militares, de forma a assegurar uma rápida distribuição das vacinas.
Haverá unidades móveis de vacinação, para realizar imunização em locais como fábricas, universidades e prisões.
Os grupos prioritários para a vacinação serão os profissionais da saúde na linha da frente, idosos e pessoas que sofrem de doenças crônicas. “Estamos fazendo o nosso melhor”, afirmou o ministro da Saúde, Kalid Ait Taleb.
As entregas iniciais vêm da China, mas Marrocos também planeja produzir a vacina localmente, segundo um alto funcionário do Ministério da Saúde, Abdelhakim Yahyan, declarou à agência noticiosa estatal marroquina MAP.
Além da vacina chinesa, o Marrocos contará com as vacinas fornecidas pelo chamado Mecanismo de Acesso Mundial às Vacinas Contra a Covid-19 (Covax), ligado à OMS.
O Marrocos está entre os países africanos mais atingidos pela pandemia, embora a situação no continente africano não tenha atingido a dramaticidade de outras regiões. Na terça-feira foram registrados dois mil 900 casos confirmados de coronavírus nas últimas 24 horas, elevando para 383 mil 88 casos o total de infectados no país, desde o início em março último. Foram 50 os óbitos por Covid-19, aumentando o total para 6.370.
EMIRADOS
As autoridades da Saúde dos Emirados Árabes anunciaram ter revisado e aprovado os testes clínicos de fase 3 da vacina da gigante farmacêutica chinesa Sinopharm, que envolveram 31.000 voluntários de 125 países. A vacina foi aplicada em duas doses, com 28 dias de intervalo.
Os ensaios clínicos de fase 3 da vacina Sinopharm começaram nos Emirados em julho. Altos funcionários nos EAU, incluindo o governante do Dubai, Sheikh Mohammed bin Rashid Al Maktoum, receberam publicamente as vacinas como parte dos testes.
A testagem realizada nos Emirados Árabes Unidos são uma parceria entre CNBG, a empresa de Inteligência Artificial sediada em Abu-Dhabi Grupo 42 (G42) e o Departamento de Saúde do emirado. A Sinopharm e a G42 também expandiram os testes para Egito, Jordânia e Bahrein.
Desde que a pandemia começou, os EAU detectaram mais de 178 mil casos do coronavírus, com quase 600 mortes. O país tem uma política agressiva de testagem, e já realizou mais de 17 milhões de testes num país onde vivem pouco mais de 9 milhões de pessoas.
ALÉRGICOS, ATENÇÃO
No segundo dia da vacinação em massa na Grã Bretanha, as autoridades médicas recomendaram que pessoas com “um histórico significativo de reações alérgicas” não se vacinem com o imunizante da Pfizer/BioNTech.
A recomendação surgiu após dois incidentes envolvendo profissionais de saúde que receberam a vacina. A advertência foi feita em caráter preventivo pelo diretor-médico do Serviço Nacional de Saúde inglês, Stephen Powis. “Ambos estão se recuperando bem”, acrescentou. As autoridades médicas britânicas vão investigar os incidentes.