Nesio Fernandes anunciou aumento para 900 leitos de UTI Covid no estado
O Secretário de Saúde do Espírito Santo, Nesio Fernandes, abordou em entrevista coletiva na última segunda-feira as medidas para impedir o agravamento da crise do coronavírus. Segundo ele, o estado espera que a vacinação contra a Covid-19 seja coordenada pelo Ministério da Saúde, mas negocia em paralelo com o Instituto Butantan a compra da CoronaVac, caso o Plano Nacional de Imunização não se concretize.
O secretário ainda criticou as fake news disseminadas na internet contra a vacina. “A quantidade de mentiras divulgadas nas redes sociais pode impedir a medida sanitária de maior resultado na proteção das vidas. Independente do país de origem, dos insumos com que essas vacinas são desenvolvidas, defendam as vacinas”, pediu Nesio Fernandes.
“As mentiras sobre a vacina nas redes sociais não valem a perda de um ente querido”, disse Nesio que completou, “são informações fantasiosas e irresponsáveis, algumas até divulgadas por lideranças políticas, religiosas e outras. As vacinas salvaram milhões de vidas desde quando foram desenvolvidas”, ressaltou o secretário capixaba.
LEITOS
O aumento das internações por Covid-19 preocupa a Secretaria de Saúde e pode tornar necessário converter leitos que no início da pandemia já serviram para tratar a doença, de volta ao tratamento dos infectados pelo coronavírus com casos mais graves.
Atento à possibilidade de aumento das internações, Nesio anunciou que o estado pretende elevar para 900 o número de leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) exclusivos para a Covid-19 até o mês de fevereiro. No total, serão quase 200 leitos a mais do que havia em julho, quando o Estado ofertou a maior quantidade de vagas nas UTI’s e também quando o número de pacientes internados foi maior durante a pandemia.
“Chegando a 80% de ocupação na sexta-feira — que é o dia em que nós calculamos o Mapa de Risco — nos leitos potenciais, nós então praticamente teremos todos os municípios do Espírito Santo em risco moderado ou risco alto. Não teremos mais municípios no risco baixo. Da mesma maneira, se chegarmos a 90% de ocupação desses leitos, podemos passar a ter municípios no risco moderado, alto e alguns municípios no risco extremo”, alertou.
O secretário afirmou ainda que o Estado solicitou, ao Ministério da Saúde, a aquisição de 160 novos ventiladores mecânicos, equipamento fundamental para a abertura de novos leitos de UTI. Pelo menos 10 novos equipamentos chegarão nesta semana e os outros devem chegar até fevereiro de 2021, quando o Estado planeja ter 900 leitos de UTI.
“Trabalhamos com a perspectiva de aumentar o número de leitos de UTI para 900 no Estado, sendo que, no mínimo, 160 novos leitos implica no desafio de contratação de recursos humanos disponíveis no mercado. A suspensão das cirurgias e a disponibilidade destes recursos humanos precisam estar disponíveis em um tempo adequado de resposta à pandemia”, completou Nésio.
Nésio destacou que o Espírito Santo não chegou a colapsar na primeira onda, justamente por medidas como essa, mas salientou que há uma pressão sobre o sistema de saúde. Ele ainda reforçou que a rede de saúde no estado segue em expansão, mas há a preocupação pela época do ano, pois além da pandemia e das festas de fim de ano, que costumam ocasionar em mais atendimentos emergenciais, ainda coincide com o período chuvoso e de doenças sazonais como dengue, zica e chikungunya.
CIRURGIAS
Ainda de acordo com o secretário as cirurgias eletivas poderão ser restringidas em regiões onde as unidades terão uma necessidade maior para pacientes com Covid-19, uma vez que o combate à doença precisará de reforços das equipes médicas e de apoio à saúde.
As cirurgias eletivas ficaram suspensas no estado, entre março e agosto deste ano, por causa da pandemia de Covid-19. Nesio disse que trabalhará para preservá-las, mas que isso não acontecerá em todas as unidades. “Poderemos ter que utilizar parte dos leitos de alguns serviços para expandir a capacidade para combate à covid”, disse.
“É um momento crítico e difícil que o Estado viverá no próximo período”, disse o secretário, que afirmou ainda que o Estado não deve ter redução da média móvel de mortes por Covid-19 nas próximas oito semanas.