“A máquina pública está sendo utilizada com a finalidade de proteger o filho do Presidente da República”, diz o deputado federal do DEM de São Paulo
O deputado federal Kim Kataguiri (DEM-SP), líder do Movimento Brasil Livre (MBL), protocolou na Justiça Federal de Brasília um pedido de afastamento do chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), Augusto Heleno, e o diretor-geral da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), Alexandre Ramagem, por terem ajudado o senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-SP) em sua defesa no caso das “rachadinhas”.
No documento, Kim Kataguiri afirma que “a máquina pública está sendo utilizada com a finalidade de proteger o filho do Presidente da República”.
Flávio Bolsonaro, que tinha um esquema, organizado por Fabrício Queiroz, de “rachadinha” em seu gabinete quando era deputado estadual no Rio de Janeiro, pediu ajuda para os aliados de seu pai, como Alexandre Ramagem, e conseguiu que a Abin realizasse pelo menos dois relatórios para ajudá-lo em sua defesa.
Um dos relatórios diz explicitamente que a “finalidade” é “defender FB [Flávio Bolsonaro] no caso Alerj demonstrando a nulidade processual resultante de acessos imotivados aos dados fiscais de FB”.
Segundo o deputado Kim Kataguiri, “a Abin por meio de seu diretor Alexandre Ramagem enviou informações privilegiadas à advogada do sr. Flávio Bolsonaro, primogênito do Presidente da República, com o objetivo de auxiliá-lo na defesa sobre a acusação de rachadinha na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro, sendo que toda esta relação teve a anuência do Chefe do Gabinete de Segurança Institucional, General Augusto Heleno”.
“Denota-se que a máquina pública está sendo utilizada com a finalidade de proteger o filho do Presidente da República, ou seja, estão confundindo a impessoalidade do cargo público, com a pessoalidade, o que é totalmente vedado pela Carta Maior. Ademais, ao querer proteger sua família, o chefe do Poder Executivo incorre em patente atitude paternalista”, continua.
“Indiscutível, portanto, não apenas a legitimidade ativa dos Autores, bem como resta patente seu dever patriota de buscar a nulidade dos atos protagonizados pelos Requeridos [Heleno e Ramagem]”, afirma.