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Carlos Murillo, ex-presidente da Pfizer no Brasil e atualmente gerente-geral para a América Latina, afirmou à CPI da Covid-19 que o governo Bolsonaro não aceitou ofertas de compra de vacinas em oito ocasiões.
Os documentos com o detalhamento das doses a serem fornecidas foram enviados em 14, 18 e 26 de agosto, em 11 e 24 de novembro e em 15 de fevereiro.
“As propostas foram todas formalizadas através de documentos enviados ao Ministério da Saúde”, declarou.
Ele detalhou uma reunião com o Ministério da Economia, em 7 de agosto de 2020.
Ele rebateu o ex-ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, e confirmou que a oferta da Pfizer destinava-se à compra pelo governo Bolsonaro de 70 milhões de doses.
“A oferta feita pelo governo em 2020 foi de seis milhões de doses, como disse o ministro Pazuello, ou de 70 milhões?”, questionou o senador Renan Calheiros (MDB-AL), relator da CPI. “70 milhões de doses”, respondeu Murillo.
Ele disse que carta de 12 de setembro com a oferta de aquisição de vacinas foi endereçada a Bolsonaro, Mourão, Braga Neto, Pazuello, Paulo Guedes e Nestor Forster (embaixador do Brasil nos Estados Unidos).
“Nossa oferta de agosto tinha uma validade de 15 dias. Passados esses 15 dias, o governo nem aceitou, nem rejeitou a oferta. […] Não tivemos resposta positiva, nem negativa”, disse Murillo.
Ele afirmou ainda que o Brasil não respondeu a ofertas feitas em agosto, que previam 1,5 milhão de doses ainda em 2020.
Ex-presidente da Pfizer no Brasil, Carlos Murillo está prestando depoimento nesta quinta-feira (13) na CPI da Pandemia.
Murillo era o chefe da representação brasileira da empresa farmacêutica norte-americana quando se iniciaram as negociações com o governo brasileiro para a compra de vacinas contra o coronavírus. A Pfizer propôs ao governo brasileiro a compra de 70 milhões de doses na época com entrega para o mês de dezembro de 2020.
Em depoimento à CPI, o ex-secretário de Comunicação Social do governo, Fabio Wajngarten, confirmou que o contato da Pfizer com autoridades brasileiras se deu no dia 12 de setembro, por meio de carta oficial endereçada à cúpula do governo e do Ministério da Saúde.
Membros da CPI acreditam que, se Bolsonaro tivesse aderido à proposta da Pfizer já em setembro, muitas vidas poderiam ter sido salvas pela vacinação antecipada.
Com informações da Agência Senado